"Parece uma mulher, mas é um traveco": produções discursivas marginais e transfóbicas nas vivências de uma travesti professora

  • Danilo Dias Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Marcos Lopes de Souza Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Palavras-chave: travestilidades, docência, transfobia, identidade de gênero

Resumo

Esta investigação analisou os discursos sobre uma travesti professora que lecionava em escolas de uma região periférica da cidade de Jequié-BA. O percurso do trabalho se deu por meio da aproximação com a participante da pesquisa seguido das visitas à localidade em que mora e em algumas das escolas nas quais ela trabalhou. Para a produção do material empírico foram utilizados o diário de campo, a entrevista narrativa com a travesti professora e a semiestrtuturada com algumas professoras das escolas em que ela trabalhava. Formada em Pedagogia, a travesti professora perturbava continuamente o lugar da norma e inquietava xs colegas de trabalho, já que muitxs professorxs não reconheciam a identidade travesti e, por várias vezes, desejavam que ela se enquadrasse na cisnormatividade, assumindo o lugar de homem gay. Para ela, ser travesti não é uma tarefa fácil em nossa sociedade, mas, por outro lado, trata-se de viver os seus desejos e aspirações nos mais variados campos e segmentos sociais, reconhecendo a importância de fazê-lo como requisito básico para viver em plenitude e que por isso é importante enfrentar os processos discriminatórios e resistir.

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Biografia do Autor

Danilo Dias, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Mestre em Relações Étnicas e Contemporaneidade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB (2017). Graduação plena em Letras Vernáculas com habilitação em Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB (2014). Tem experiência na área de Educação, Educação Inclusiva, Literatura e Ensino com ênfase em Análise do Discurso, atuando principalmente nos seguintes temas: corpo,memória, cultura e educação inclusiva, etnias, gênero e sexualidades.
Marcos Lopes de Souza, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Possui Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo - FFCLRP (1995-1998) tendo realizado Iniciação Científica sob orientação da Profa. Dra. Eda Therezinha de Oliveira Tassara e co-orientação da Profa. Dra. Silvana Aparecida Pires de Godoy. É mestre (1999-2002) e doutor (2002-2007) em Educação pelo PPGE da Universidade Federal de São Carlos sendo orientado pela Profa. Dra. Denise de Freitas. Realizou estágio de pós-doutorado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2014-2015) sob a supervisão do Prof. Dr. Anderson Ferrari. É professor titular do Departamento de Ciências Biológicas (DCB) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Jequié-BA. Coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidade da UESB. É professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Formação de Professores (PPG-ECFP) e do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade (PPG-REC), ambos da UESB, campus de Jequié-BA. Tem experiência na área de Educação, atuando como pesquisador e extensionista, especialmente nos seguintes temas: ensino de ciências e biologia; diversidade de gênero, sexual, étnico-racial e educação; formação docente e as questões de gênero e sexualidade; a interface entre sexismo, racismo e homofobia nas escolas.
Publicado
2019-01-07
Como Citar
Dias, D., & Souza, M. L. de. (2019). "Parece uma mulher, mas é um traveco": produções discursivas marginais e transfóbicas nas vivências de uma travesti professora. Revista Espaço Acadêmico, 18(212), 19-30. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/43388
Seção
DOSSIÊ: EPISTEMOLOGIAS QUEER, FEMINISTAS E DE GÊNERO (Orgs.: Dr. Alexandre Fernandes e Dr. Marcos Lopes de Souza)