A reificação das emoções e a negação do sofrimento no trabalho contemporâneo

Palavras-chave: Gerencialismo, Saúde do Trabalhador, Sociologia Clínica,

Resumo

Como o mal-estar e o sofrimento profissional vinculam-se aos investimentos subjetivos entre indivíduo e empresa? Entre as exigências cada vez maiores de desempenho e a busca pela superação contínua de si mesmo, como o trabalhador exprime seu sofrimento e como isso é visto? A partir do arcabouço teórico-metodológico da Sociologia Clínica, objetivamos responder a essas questões, com ênfase na forma como as emoções e o sofrimento são majoritariamente concebidos no contexto de trabalho contemporâneo. Em suma, constatamos que em substituição à visão de um profissional neutro, que deveria deixar seus sentimentos fora do ambiente de trabalho, hoje as emoções tornam-se competências a serem geridas. Falar de fato do que sente, exprimir suas fraquezas e sofrimento representa vergonha e, por vezes, humilhação. Assim, reificam-se as emoções e a novilíngua gerencialista difunde uma abordagem distorcida da psicologia humana, de modo que somente são passíveis de verbalização as emoções que se colocam a serviço da produção.

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Biografia do Autor

Matheus Viana Braz, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Matheus Viana Braz é docente do curso de Psicologia das Faculdades Integradas de Ourinhos (FIO), Psicólogo do Trabalho, Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Unesp/Assis e Correspondente Internacional do Réseau International de Sociologie Clinique (RISC). Email: mvianabraz@gmail.com
Publicado
2018-10-25
Como Citar
Braz, M. V. (2018). A reificação das emoções e a negação do sofrimento no trabalho contemporâneo. Revista Espaço Acadêmico, 18(209), 01-11. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/44796
Seção
DOSSIÊ: TRABALHO & SUBJETIVIDADE (Orgs.: Guilherme Elias da Silva e Rafael Bianchi Silva)