“Tudo se mistura porque está tudo no mesmo patamar"

cenas violentas contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e outras identidades

  • Mateus Aparecido de Faria Universidade Federal de Minas Gerais
  • Celina Maria Modena Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz
Palavras-chave: LGBT, Performatividades, Escola, Interseccionalidade

Resumo

Esse artigo tem como objetivo analisar as violências contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e outras identidades. Constitui-se como pesquisa qualitativa, em que foram realizadas entrevistas com roteiro semiestruturado com pessoas cujas identidades e orientações sexuais, unidas, formam um grupo heterogêneo e rico em trajetória. As cenas relatadas iniciam-se na infância e perpassam as fases de suas vidas, com grande ênfase na escola. Também diferenciam as violências ocorridas em espaços urbanos em comparação com rurais. Ademais, a interseccionalidade é evidenciada por diferenciações dos fluxos de poder que atravessam seus corpos. Por fim, a necessidade do reconhecimento das violências, com especial atenção às designações, faz-se pulsante na sobrevivência da comunidade.

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Biografia do Autor

Mateus Aparecido de Faria, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestrado em Saúde Coletiva pela Fundação Oswaldo Cruz (MG), Brasil(2018)
Assistente em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais , Brasil

Celina Maria Modena, Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz

Pesquisadora do Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz. Doutora em Ciências pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

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Publicado
2019-12-18
Como Citar
de Faria, M. A., & Modena, C. M. (2019). “Tudo se mistura porque está tudo no mesmo patamar". Revista Espaço Acadêmico, 19(219), 150-161. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/50050