Educação racionalista e sindicalismo de intenção revolucionária na prática política do anarquismo paulista (1900-1919)
Resumo
Em uma edição de A Plebe publicada em 1922, diversos anarquistas paulistas convocavam a militância para a constituição de uma organização anarquista que desse resposta a conjuntura política do país e às necessidades operativas do anarquismo face ao movimento operário. Dentre os militantes que assinaram o manifesto, estava João Penteado, diretor da Escola Moderna nº1 entre os anos de 1912 e 1919. No entanto, a relação entre educação e política; entre anarquismo, sindicalismo de intenção revolucionária e educação racionalista contava com elos bastante sólidos que podem ser observados ao longo das duas primeiras décadas do século XX. Esse artigo se propõe a analisar essa relação por meio da trajetória dos militantes educadores que dirigiram as escolas racionalistas na capital paulista, observando sua prática política e percebendo a importância da mobilidade voluntária (em prol da propaganda anarquista e/ou operária em distintas localidades, buscando enraizar o projeto de transformação social libertária) e compulsória de militantes (devido a perseguições e deportações) na construção de relações de solidariedade e internacionalismo operário, elementos bastante importantes para o anarquismo, ressaltando o caráter transnacional da construção de estratégias e táticas para o movimento operário impulsionadas pelos anarquistas.
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Arquivos consultados
• Arquivo João Penteado – Centro de Memória da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
• CEDEM – Centro de Memória e Documentação da UNESP

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