Justiça Restaurativa:

uma possibilidade de amenização ao hiperencarceramento no Brasil

  • Eliana Rodrigues Oliveira UFBA
Palavras-chave: Mediação;, Justiça Restaurativa, Pacificação Social, Conselho Nacional de Justiça

Resumo

O presente artigo aborda a importância dos métodos alternativos de resolução das controvérsias na seara penal, a luz da Resolução n°225/2016, do Conselho Nacional de Justiça, que normatizou o uso da J.R em território nacional. O escopo da pesquisa consistiu na desconstrução da mitologia acerca da insignificância dos métodos de resolução de conflitos, o uso da Justiça Restaurativa em âmbito criminal, analisando tal meio como possibilidade de construção de um novo paradigma na seara criminal, onde os protagonistas do processo são vítima e ofensor e não o Estado. A ênfase ofertada ao uso deste meio adequado a resolução de conflitos proporciona a mudança de concepção no que tange à cultura da paz em detrimento da cultura do litígio, já que o sistema penitenciário brasileiro encontra-se superlotado e em péssimas condições. Ademais, ao primar pelo uso de meios autocompositivos, onde as partes são autônomas para permanecerem ou não, a eficácia da culminância do feito será mais exitosa, posto que as relações interpessoais entre estas terão grandes possibilidades de serem restabelecidas. Trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eliana Rodrigues Oliveira, UFBA

Advogada, Pedagoga e Mediadora Extrajudicial. Especialista em Direitos Humanos e Contemporaneidade (UFBA) e especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior (FAZAG). Membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/subseção de Teixeira de Freitas.

Referências

AZEVEDO, André Gomma de, A Participação da Comunidade na Mediação vítima ofensor como componente da justiça restaurativa: uma breve análise de uma inovação epistemológica na autocomposição penal. In: CRUZ, Fabrício Bittencourt da. (coord.) Justiça Restaurativa: horizontes a partir da resolução CNJ 225. Brasília: CNJ, 2016.
BARBIÉRI, Luiz Felipe; CNJ registra pelo menos 812 mil presos no país; 41,5% não têm condenação. Disponível em https://g1.globo.com/google/amp/politica/noticia/2019/07/17/cnj-registra-pelo-menos-
812-mil-presos-no-pais-415percent-nao-tem-ondenacao.ghtml. Acesso em 25 de julho de 2019.
BAHIA. Justiça Restaurativa: Poder Judiciário do Estado da Bahia. Salvador: Núcleo de Justiça Restaurativa do 2° Grau, 2017.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em CALMON, Petronio. Fundamentos da Mediação e Conciliação. 3º ed., Brasília, DF, Gazeta Jurídica, 2015.
Carta Capital- Jornalismo crítico e transparente. Notícias sobre política, economia e sociedade com viés progressista. In. https://www.cartacapital.com.br.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Resolução nº 225, 31 de maio de 2016. Dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências. Disponível em: Acesso em: 20 de fevereiro de 2019.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Seminário Justiça Restaurativa: mapeamento dos programas de Justiça Restaurativa. Brasília: CNJ, junho de 2019.
Detentos são 'comidos vivos' por bactéria desconhecida em Roraima. In https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/01/20/interna-brasil,821857/detentos-sao-comidos-vivos-por-bacteria-desconhecida-em-roraima.shtml. Acesso em 26 de janeiro de 2020.
FELIPE, Ana Paula Faria. Desenvolvimento Normativo da Justiça Restaurativa no Âmbito Nacional e na comarca de Belo Horizonte/MG: uma porta de acesso à administração de conflitos de penas. In DUARTE, Fernanda et al. Mediações: Práticas, Discursos e Reflexões. Coletânea em PDF de trabalhos de grupos de pesquisas da Universidade Federal Fluminense e da Universidade Estácio de Sá, 2017.
FLAUZINA, Ana Luiza Pinheiro. Corpo negro caído no chão: o sistema penal e o projeto genocida do Estado brasileiro. Dissertação (Mestrado em Direito) - Faculdade de Direito, Universidade de Brasília (UnB). Brasília, 2006.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987.
JESUS, Joanice Maria Guimarães de, Justiça Restaurativa aplicada ao juizado especial criminal: em busca do modelo ideal. Dissertação (Mestrado em Direito) – Faculdade de Direito, Universidade Federal da Bahia (UFBA), 2016. 269 f.
LUBISCO, Nídia Maria Lienert; VIEIRA, Sônia Chagas. Manual de estilo acadêmico: trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses /- 6. ed. rev. e ampliada.- Salvador: EDUFBA, 2019. in https://www.moodle.ufba.br/pluginfile.php/738733/mod_resource/content/1/manual-de-estilo-academico-6ed-2019.pdf. Acesso em Julho a dezembro de 2019; janeiro e fevereiro de 2020.
MOURA, Marcos Vinicius (Org.). Levantamento nacional de informações penitenciárias, atualização junho de 2017. Brasília: Ministério da Justiça e Segurança Pública/Departamento Penitenciário Nacional, 2019.
PINTO, Renato Sócrates Gomes. Justiça Restaurativa é Possível no Brasil? In. Slakmon Catherine (org). Justiça Restaurativa - Coletânea de Artigos; Brasília – DF: Ministério da Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, 2005.
ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não- violenta: Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais. Tradução Mário Vilela. São Paulo, Ágora, 2006.
SALMASO, Marcelo Nalesso. Uma mudança de paradigma e o ideal voltado à construção de uma cultura de paz. In: CRUZ, Fabrício Bittencourt da. (coord.) Justiça Restaurativa: horizontes a partir da resolução CNJ 225. Brasília: CNJ, 2016.
SOUZA, Moessa de (coord). Mediação de Conflitos: novo paradigma de acesso à justiça. 2° edição; Santa Cruz do Sul; Essere Nel Mondo, 2015.
VASCONCELOS, Carlos Eduardo de. Mediação de Conflitos e práticas restaurativas. 5° ed. rev. atual e ampliada. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017.
ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2008.
Publicado
2020-11-13
Como Citar
Oliveira, E. R. (2020). Justiça Restaurativa:. Revista Espaço Acadêmico, 20(225), 160-173. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/52850