O mal-estar no colonialismo:
aproximações psicanalíticas com a história africana
Resumo
Este artigo busca estabelecer algumas interpretações do colonialismo no continente africano a partir do arcabouço teórico psicanalítico. Assim, descreve a situação colonial, comparando-a à relação pai-filho na psicanálise. Articula os conceitos de colonizado e castrado, colonizador e pai; e levanta provocações sobre a importância da imposição linguística para a dominação colonial promovida pelo imperialismo europeu, colocando o inconsciente no centro da discussão política, além de questionar os fatores econômicos predominantes na modernidade, derivados precisamente de sua capacidade de implantação de seus símbolos sobre o outro encobrindo-o. Empreende, a partir de bibliografia disponível sobre a temática discutida, uma hermenêutica psicanalítica como método de análise do fenômeno colonial.
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