A impotência da argumentação racional (ou quando 2+2=5)

  • Antonio Ozaí da Silva UEM
Palavras-chave: Ciência Política, Política, Liberdade, Senso comum, Ciência, George Orwell, Hannah Arendt

Resumo

Em 1984, de George Orwell, o torturador afirma à vítima: “Não apenas destruímos nossos inimigos; nós os modificamos. Compreendes o que quero dizer?” (ORWELL, 1998: 235) O objetivo do algoz não é apenas o de arrancar a confissão do torturado. Este, ao praticar a crimidéia, comete o maior dos crimes: questionar a verdade do Partido e do Big Brother. Não basta arrepender-se ou acatar a verdade instituída: é preciso estar convicto, introjetar os ensinamentos da doutrina, render-se por “livre e espontânea vontade”. Trata-se de convencer-se de que a realidade não existe fora do âmbito do pensamento único ditado pelo Partido. Portanto, a realidade é moldada à verdade absoluta determinada pelo sistema totalitário: 2 + 2 pode resultar em 5.

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Biografia do Autor

Antonio Ozaí da Silva, UEM

Professor no Departamento de Ciências Sociais (UEM) e doutorando na Faculdade de Educação (USP).

Referências

ARENDT, Hannah. A dignidade da política. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993.
FREINET, Célestin. A Educação do Trabalho. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
HOWE, Irving. A Política e o Romance. São Paulo: Editora Perspectiva,1998.
ORWELL, George. 1984. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1998.
POSTMAN, Neil. Tecnopólio: a rendição da cultura à tecnologia. São Paulo: Nobel, 1994.
Publicado
2020-04-26
Como Citar
Silva, A. O. da. (2020). A impotência da argumentação racional (ou quando 2+2=5). Revista Espaço Acadêmico, 3(27). Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/53361