Tradição e resistência ao ritmo do tambor:

tessituras quilombola e afro-colombiana, um diálogo possível

Palavras-chave: Ritmo. Tambor. Resistência. Ancestralidade

Resumo

Os cantos-poemas, construídos a partir de experiências intersubjetivas, ora são respostas, ora são questionamentos às circunstâncias históricas, socioafetivas e aos confrontos da vida cotidiana. Descrever essa poética no que traz de expressões que lidam com a representação da herança africana, suas identidades, ressignificações e resistência, utilizando-se da importância do ritmo e dos tambores ingoma, caburé, cununo macho e cununo fêmea, respectivamente, afro-brasileiro e afro-colombianos, se constitue objeto de estudo do percurso discursivo metodológico neste texto. Destaca-se nesse trabalho, o papel que o tambor revela, em relação a comunidade quilombola do Extremo Sul da Bahia e as comunidades negras da Região do Pacífico do Valle del Cauca. As análises que sustentam este trabalho dialogam com as teorias da tradição viva; poética da oralidade; estudos culturais. Os tambores como instrumento poético, explicitam histórias ancestrais, louvores e orações, conflitos, amores e trabalho.

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Biografia do Autor

Gean Paulo Gonçalves Santana, Universidade do Estado da Bahia

Pós-Doutorado em Estudos Literários POSLIT/UFMG. Doutor em Letras - Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, na área de Teoria da literatura: “Literatura, memória e história: representações literárias regionais”. Mestre em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia (2008). Formação em Psicanálise pela ESPO- Escola Superior de Psicanálise e Orientação(2003). Especialista em Linguística Textual- análise do discurso pela UNEB (2000). Possui graduação em Letras (1997). Professor Adjunto da Universidade do Estado da Bahia. Tem experiência na área de Educação, Arte Educação, Relações étnico-raciais, Literatura e Cultura  Afro-brasileira. Professor permanente no Mestrado Profissional em Ensino e Relações Étnico-Raciais  da Universidade Federal do Sul da Bahia -UFSB e, do Mestrado de Letras UNEB/ Campus -X. Coordenador do Projeto de Pesquisa SANKOFA: Diálogos (In)Disciplinares, Campus X/UNEB. Coordenador do Programa Universidade Aberta à Terceira Idade UATI/CEVITI - Campus X/UNEB. Membro do NUPEEES: Núcleo de Pesquisa e Ensino em Experiência do Sensível (UFSB).

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Publicado
2021-01-01
Como Citar
Santana, G. P. G. (2021). Tradição e resistência ao ritmo do tambor:. Revista Espaço Acadêmico, 20(226), 112-123. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/53935
Seção
DOSSIÊ - PENSAR NEGRO: Poéticas Ancestrais e Estéticas Contracoloniais