Escola de samba:

o chão afro-brasileiro em movimento

  • Vítor Pimenta UFF
Palavras-chave: Chão afro-brasileiro. Movimento. Corporeidade. Escola de Samba. Epistemologia

Resumo

Neste trabalho, investigo o conhecimento do chão afro-brasileiro da escola de samba. O chão da escola corresponde à comunidade, ou seja, um grande grupo de corpos, que se subdivide nas diversas alas que compõem a agremiação da escola de samba, sendo responsável pelo assentamento da escola. A comunidade é formada pela ala das baianas, a ala da Velha Guarda, os casais de mestre-sala e porta-bandeira, a ala dos/as passistas, a ala da bateria, ala dos compositores, as alas que contam o enredo da escola, os/as componentes das alegorias, e a equipe do carro de som, composta por instrumentistas, intérpretes e os/as diretores/as de harmonia. O objetivo é evocar o movimento dos corpos da comunidade que fazem o carnaval na sua dimensão performática, refletindo sobre a epistemologia produzida por esta corporeidade.

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Biografia do Autor

Vítor Pimenta, UFF

Doutor em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) na Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2019. Mestre em Antropologia pela UFF (2015). Licenciado em Ciências Sociais pela UFF em 2008 e bacharel em Ciências Sociais em 2009. Especialista em Ciências Sociais e Educação Básica pelo Colégio Pedro II (2019). Tem experiência na área de gestão e pesquisa em projetos sociais, culturais e ambientais no Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz Mata Atlântica (PDCFMA) e no âmbito da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) na UFF. Tem experiência nas áreas de Sociologia, Antropologia, Saúde Coletiva e Educação, atuando nos seguintes temas: memória social, mudança social, patrimônio, esfera pública, corporeidade, performance afro-brasileira, o uso do audiovisual na educação básica e a antropologia na escola. Suas pesquisas vêm se debruçando, principalmente, sobre a discussão e compreensão das seguintes questões: as relações entre o público e o privado e, o saber popular e o saber científico; as fronteiras entre arte visuais, ciência e práticas de saúde; a participação social nas políticas públicas; as mudanças sociais com foco na construção e transformação de identidades e a atuação da memória social no cotidiano dos sujeitos; a estética e a política presentes nas manifestações culturais afro-brasileiras. Atuou como tutor na graduação em Antropologia (GAO) na UFF nos anos de 2016 e 2017 e como professor de Metodologia de Pesquisa do Instituto Hoju nos anos de 2018 e 2019. Além disso, vem lecionando a disciplina Sociologia nas 3 séries do Ensino Médio e a disciplina Cultura e Cidadania no Pré-vestibular para Negros e Carentes (PVNC) na Taquara. É auxiliar de pesquisa no Laboratório de Etnografia e Estudos em Comunicação, Cultura e Cognição (LEECCC). É participante pela UFF, desde 2015, do Comitê das Baianas de Acarajé e do Grupo de Trabalho da Salvaguarda da Capoeira, referente à Colaboração Técnica UFF/IPHAN para Patrimônio Imaterial. Membro do grupo de pesquisa: LEECCC (dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/4288578924532500)

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Publicado
2021-03-06
Como Citar
Pimenta, V. (2021). Escola de samba:. Revista Espaço Acadêmico, 20(227), 111-120. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/53994