Poética da ancestralidade:
filosofia africana e educação antirracista
Resumo
O artigo Poética da ancestralidade: filosofia africana e educação antirracista tem como proposta a articulação das filosofias africanas e o desenvolvimento de uma educação antirracista mediada pela poética da ancestralidade. A poética da ancestralidade parte da “cosmopercepção” (OYĚWÙMÍ,1997) africana em diálogo com a educação antirracista, na disputa da ampliação do imaginário. A poética da ancestralidade toma a Filosofia da Ancestralidade (2007) como “arquipélago” epistemológico na inserção de outros saberes críticos à educação castradora, da monolíngua, do universalismo sem contexto e apagamento do corpo afrodescendente. Trata-se de elaborar uma perspectiva de filosofar que tem como potência de criação o corpo enquanto poética. É um corpo que enfrenta o racismo com “graça, beleza e raça”. O texto entende a poética como possibilidade do sujeito estar engajado e produzir “arquipélagos de libertação”, sendo a criação poética o móbile de luta contra o racismo. Uma disputa com crítica, alegria e revolta.
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Referências
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