Encruzilhadas epistêmicas:
a estruturação dos princípios filosóficos dinamizadores presentes nos terreiros
Resumo
Encruzilhada é o ponto de encontro, de novas possibilidades que se interligam e podem gerar contribuições potentes para um novo contexto civilizatório. Através de seus caminhos, Exu, o mensageiro, comunica o possível ao impossível, o plano espiritual ao plano físico, abre e fecha caminhos, complica para descomplicar, desorganiza para organizar. Os princípios filosóficos presentes nos terreiros são dinamizados por Exu, ensinando-nos a questionar e desobedecer a poderes e hierarquias que se dizem detentoras de saberes únicos. Assim, propomos como objetivo central deste ensaio a reflexão sobre os princípios filosóficos dinamizadores que estruturam o processo de cosmobiointeração ancestral dos terreiros com o objetivo de fundar valores civilizatórios para a sociedade no pós-pandemia.
Downloads
Referências
BENISTE, José. Orun-Aiye, o encontro de dois mundos: o sistema de relacionamento nagô-yorubá entre o céu e a Terra. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1997. 336p.
LEITE, Fábio. Os Valores Civilizatórios em Sociedades Negro-africanas. África: Revista do Centro de Estudos Africanos. USP, São Paulo, 18-19 (1).103- 118, 1995/1996.
LIGIÉRO, Zeca. O conceito de "motrizes culturais" aplicado às práticas performativas afro-brasileiras. Revista Brasileira de Ciências e Sociologia. v.8, n.16, jul./dez. 2011.
LIMA, Fábio. Corpo e Ancestralidade. Repertório, Salvador, nº 24, p.19-32, 2015.1.
MACHADO, Vanda. Irê Ayó: uma epistemologia afro-brasileira. Salvador: EDUFBA, 2019. - 153 p.; il.
PRANDI, Reginaldo. Exu, de mensageiro a diabo: Sincretismo católico e demonização do orixá Exu. REVISTA USP, São Paulo, n.50, p. 46-63, junho/agosto 2001.
PETIT, S. H. Pretagogia: pertencimento, corpo-dança afroancestral e tradição oral africana na formação de professoras e professores. Contribuições do legado africano para a implementação da Lei nº 10.639/03. Fortaleza: UECE, 2015.
QUINTANA, Eduardo. Sujeitos descontextualizados em contextos educativos, ou Exu quer ir à escola: se você abrir eu entro, mas se não abrir eu troco a porta de lugar. In: Seminário Internacional. As redes de conhecimentos e as tecnologias: os outros como legítimo outro, 5, 2009, Rio de Janeiro, Anais.
RAMOSE, M. B. Sobre a Legitimidade e o Estudo da Filosofia Africana. Ensaios Filosóficos, Volume IV - outubro/2011
RUFINO, Luiz. Pedagogia das Encruzilhadas: Exu como Educação. Revista Exitus, Santarém/PA, Vol. 9, N° 4, p. 262 - 289, Out/ Dez, 2019.
SANTOS, Juana Elbeindos. Os Nagô e a morte: Padè, àsèsè e o culto a ègun na Bahia; traduzido pela Universidade Federal da Bahia. Petrópolis, Vozes, 1986. 264 p.

DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution Non-Commercial 4.0 (CC BY-NC 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, exceto os comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.