Um ebó artístico-epistêmico:
desobediências poéticas em Grada Kilomba
Resumo
Partindo da produção da artista e intelectual negra Grada Kilomba na exposição “Desobediências Poéticas” ”, principalmente as videoinstalações “ Ilusões Vol. I, Narciso e Eco” e “ Ilusões Vol. II, Édipo”, - o presente artigo tem como objetivo discutir a branquidade, o consenso branco e o trauma colonial reatualizado nas experiências cotidianas em populações negras e/ou racializadas. Assumindo que o artístico e o epistêmico constituem um agenciamento potente em suas produções, indo de encontro à uma dicotomia que é excludente, hierárquica e classificatória, a produção de Grada Kilomba é tomada enquanto um ‘Ebó’ artístico-epistêmico. Entendendo que o Ebó possibilita a restituição, a reparação e a expansão, receber a produção de Grada Kilomba ativa processos de tomada de consciência racial, construindo e/ou fortalecendo espaços de re-existência, de reparação ético-racial e de gênero e de processos de cura frente à brutalidade da colonialidade e das práticas racistas irracionais e atemporais.
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Referências
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