Pode uma subalterna gingar?

A epistemologia das mulheres pretas na capoeira

  • Letícia de Oliveira Menezes UFBA
Palavras-chave: mulheres negras; Capoeira angola; Subalternidade

Resumo

O presente artigo recapitula o questionamento trazido no livro “Pode um Subalterno falar?”, da autora indiana Gayatri Chakravorty Spivak, propondo-se a contextualizar as pergunta às representações das realidades de mulheres negras na capoeira angola. No livro, Spivak questiona como a leitura de mundo é feita a partir de concepções neocoloniais e lança o questionamento sobre os subalternos terem oportunidade a fala dentro deste processo.  Nesse caso, faço outro questionamento: se as mulheres pretas, que são socialmente construídas como subalternas, podem gingar. Dessa forma, o objetivo é mostrar que embora essas trajetórias venham sendo silenciadas pelos aparatos coloniais, a linguagem corporal de capoeiristas angoleiras pretas seguem reescrevendo epistemologias que transgridem essa lógica. Assim, através da escrevivência e revisão de literaturas, podemos refletir sobre a importância do empoderamento através da capoeira angola.

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Biografia do Autor

Letícia de Oliveira Menezes, UFBA

Bacharela Interdisciplinar em Humanidades pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), estudante de Pedagogia (UFBA), aquilombada na Associação de Capoeira Angola Navio Negreiro (ACANNE) e pesquisadora do Grupo de Pesquisa GRIÔ (FACED/UFBA).

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Publicado
2020-11-13
Como Citar
Menezes, L. de O. (2020). Pode uma subalterna gingar?. Revista Espaço Acadêmico, 20(225), 63-71. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/54027
Seção
DOSSIÊ - Pensar Negro: ancestralidades e práticas de saber(es)