Oxum e ekedis:
a ancestralidade feminina negra dos terreiros refletido nas redes sociais
Resumo
Partindo da “educação nos terreiros”(CAPUTO,2012), em consonância com o conceito de “matripotência” ( Oyěwùmí,2016) e na tessitura das relações feministas vivenciadas nas religiões de matriz africana, esse artigo busca, no entrecruzamento de duas pesquisas de doutorado, propor uma reflexão sobre os saberes oriundos dos terreiros que transbordaram para além de seus espaços físicos e atualmente ocupam algumas páginas das redes sociais da internet, tais como o Facebook. Esse transbordamento possibilita a ampliação da visibilidade da religião de matriz africana e podem contribuir na luta antirracista, especialmente contra o racismo religioso. Tendo como eixo norteador das pesquisas o feminino, pelas mãos de Oxum, orixá feminino da cultura iorubá e as Ekedis, cargo dado somente à mulheres nessas religiões, pretendemos trazer à discussão como essas redes sociais da internet podem promover estratégias de luta e fonte de empoderamento para meninas e mulheres pertencentes à religião, que a cada dia ganham mais territórios.
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Referências
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