Reinadinho dos kamburekos:
infância, magia e reparação da ferida colonial
Resumo
Este artigo tem como fundamento o trabalho de campo que realizei por três anos junto à irmandade de Reinado “Os Leonídios” e ao coletivo de crianças negras que formam o chamado reinadinho, na cidade de Oliveira-MG. Tendo em mente as bases africanas do universo reinadeiro sondado, apresento algumas práticas de criatividade mágica das crianças que, além de enfrentar duras e perversas adversidades racistas e de preconceito religioso, driblam as lições sobrecodificadas pelo mundo adulto institucional e seus lugares impositivos de poder. A ocupação de uma casa abandonada que se transforma em templo das crianças e a sensibilidade infantil aos seres de outros mundos são acionadas para dar sentido ao fazer de cura, (re)estabelecimento de alianças, atualização e produção de ancestralidade que é o Reinado.
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Referências
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