Sacralizando o espaço:
geossímbolos de um terreiro de umbanda
Resumo
Nas origens – remetendo às sociedades primitivas e tradicionais – a imensidão do mundo gerava certo temor. Como reação, o homem foi se apropriando do espaço e fundando territórios. A porção habitada corresponderia ao cosmos, o “mundo conhecido”, subsistindo no meio do caos, “mundo desconhecido”. Imbuído de misticismo, invocava-se a proteção do Sagrado, manifestado através de símbolos, com vistas a proteger a comunidade dos ataques espirituais (ELIADE, 1992). Hodiernamente, apesar da ascendente secularização do ocidente, o homo religiosus mantém a necessidade de fundar roturas no espaço para implantar seus templos. Partindo de um estudo de caso etnográfico, este artigo trata da morfologia de um terreiro de umbanda, localizado na cidade de Teresina-PI, e busca compreender a geometria espacial assumida pelos símbolos religiosos responsáveis por transmutar o espaço profano em espaço sagrado.
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Referências
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