Sacralizando o espaço:

geossímbolos de um terreiro de umbanda

  • Felipe Ibiapina UFPE
Palavras-chave: Sagrado, Profano, Território

Resumo

Nas origens – remetendo às sociedades primitivas e tradicionais – a imensidão do mundo gerava certo temor. Como reação, o homem foi se apropriando do espaço e fundando territórios. A porção habitada corresponderia ao cosmos, o “mundo conhecido”, subsistindo no meio do caos, “mundo desconhecido”. Imbuído de misticismo, invocava-se a proteção do Sagrado, manifestado através de símbolos, com vistas a proteger a comunidade dos ataques espirituais (ELIADE, 1992). Hodiernamente, apesar da ascendente secularização do ocidente, o homo religiosus mantém a necessidade de fundar roturas no espaço para implantar seus templos. Partindo de um estudo de caso etnográfico, este artigo trata da morfologia de um terreiro de umbanda, localizado na cidade de Teresina-PI, e busca compreender a geometria espacial assumida pelos símbolos religiosos responsáveis por transmutar o espaço profano em espaço sagrado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Felipe Ibiapina, UFPE

Arquiteto e Urbanista. Mestre em Geografia-UFPI; Doutorando em Desenvolvimento Urbano-UFPE

Referências

BARDIN, Lawrence. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BONNEMAISON, Joël. La géographie culturelle. Paris: Éditions du C.T.H.S., 2000.
______. Viagem em torno do território. In: CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny. Geografia Cultural: um século. Rio de Janeiro. EdUERJ, 2002. v.3.
CORRÊA, Aureanice de Mello. “Não acredito em deuses que não saibam dançar”: a festa do candomblé, território encarnador da cultura. In: ROSENDAHL, Zeny; CORRÊA, Roberto Lobato (orgs.). Geografia Cultural: uma antologia. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013. v.2. p. 203-218.
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o profano. Sao Paulo: Martins Fontes, 1992.
FERRETI, Mundicarmo. Terecô, a linha de Codó. In: PRANDI, Reginaldo (org.). Encantaria Brasileira: o livro dos mestres, caboclos e encantados. Rio de Janeiro: Pallas, 2001. p.59-73.
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
HAHN, Scott. O banquete do cordeiro: a missa segundo um convertido. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
MARTUCCI, Elisabeth Márcia. Estudo de caso etnográfico. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v.25, n.2, p. 167-180, 2001.
PORDEUS Jr, Ismael. Espaço, Tempo e Memória na Umbanda Luso-Afro-Brasileira. In: CAROSO, Carlos; BACELAS, Jeferson (orgs.). Faces da tradição afro-brasileira: religiosidade, sincretismo, anti-sincretismo, reafricanização, práticas terapêuticas; etnobotânica e comida. Rio de Janeiro: Pallas, 1999. p.49-68.
ROSENDAHL, Zeny. Território e Territorialidade: Uma Perspectiva Geográfica para o Estudo da Religião. In: X ENCONTRO DE GEÓGRAFOS DA AMÉRICA LATINA, 2005, São Paulo. Anais do X EGAL, 2005.
RODRIGUES, Núbia; CAROSO, Carlos. Exu na Tradição Terapêutica Religiosa Afro-Brasileira. In: CAROSO, Carlos; BACELAS, Jeferson (orgs.). Faces da tradição afro-brasileira: religiosidade, sincretismo, anti-sincretismo, reafricanização, práticas terapêuticas; etnobotânica e comida. Rio de Janeiro: Pallas, 1999. p.239-256.
SHAPANAN, Francelino de. Entre caboclos e encantados. In: PRANDI, Reginaldo (org.). Encantaria Brasileira: o livro dos mestres, caboclos e encantados. Rio de Janeiro: Pallas, 2001. p.318-330.
TAVARES, Dailme Maria da Silva. A Capela e o Terreiro na Chapada: Devoção Mariana e Encantaria de Barba Soeira no Quilombo Mimbó, Piauí. 2008. Dissertação (mestrado)- Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2008.
VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás: Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo. trad. Maria Aparecida da Nóbrega. Salvador: Corrupio, 2002.
Publicado
2021-05-01
Como Citar
Ibiapina, F. (2021). Sacralizando o espaço:. Revista Espaço Acadêmico, 21(228), 81-89. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/54199