Negação das formas:

matemática e ontologia nas humanidade

  • Renato Izidoro Silva Universidade Federal de Sergipe
Palavras-chave: Aritmética. Ritmo. Morfologia. Técnica. Irracional. Neopositivismo.

Resumo

Este ensaio apresenta como objeto de estudo a epistemologia da matemática e suas implicações teórico-metodológicos nas Ciências Humanas modernas e contemporâneas. Precisamente, estabelecemos como recorte histórico e filosófico o desenvolvimento da aritmética pitagórica na esteira da polêmica com a geometria platônica às voltas dos limites da racionalidade numérica em face da irracionalidade ontológica que envolvem o conhecer e o ser. Nossa hipótese fundamental consiste em dizer que os questionamentos positivistas e neopositivistas sobre o estatuto científico das humanidades entre os séculos XIX, XX e este primeiro quarto do XXI têm suas raízes e remontam o princípio conceitual do termo número. O presente texto, portanto, percorre os desafios etimológicos dessa palavra objetivando demonstrar que sua origem estabelece fórmulas lógicas e técnicas responsáveis por excluir (despojar ou descartar) do pensamento partes da realidade que lhes são cognitivamente irracionais, mas, empiricamente reais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renato Izidoro Silva, Universidade Federal de Sergipe

Doutorado (2011) e mestrado (2007) em Educação PPGED/UFBA. Pós-Doutorado em Ciências do Ambiente PPGCASA/UFAM. Licenciatura em Educação Física (2004) pela UEL. Líder do Grupo de Pesquisa "Corpo e Política" (CORPOLÍTICA).

Referências

ALLIEZ, E. A assinatura do mundo: o que é a filosofia de Deleuze e Guatarri? Tradução de Maria Helena Rouanet e Bluma Villar. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994.
BACHELARD, G. Ensaio sobre o conhecimento aproximado. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 2004.
BRAGUE, R. O tempo em Platão e Aristóteles. Tradução de Nicolás N. Campanário. São Paulo: Edições Loyola, 2006.
CANDIOTTO, C. Foucault e a crítica da verdade. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; Curitiba: Champagnat, 2013.
DANOWSKI, D. et al. Há um mundo por vir? Ensaios sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie; Instituto Socioambiental, 2014.
DELEUZE, G. Espinosa e o problema da expressão. Tradução coordenada por Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Ed. 34, 2017.
FERRAZ, M. S. A. Fenomenologia e ontologia em Merleau-Ponty. Campinas: Papirus, 2009.
GALIMBERTI, U. Psiche e Techne: o homem na idade da técnica. Tradução de José Maria de Almeida. São Paulo: Paulus, 2006.
GOBRY, I. Vocabulário grego da filosofia. Tradução de Ivone C. Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
GORZ, A. O imaterial: conhecimento, valor e capital. Tradução de Celso Azzan Júnior. São Paulo: Annablume, 2015.
GRANGER, G.-G. A razão. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1967.
HARDT, M. Gilles Deleuze: um aprendizado em filosofia. Tradução de Sueli Cavendish. São Paulo: Ed. 34, 1996.
JAEGER, W. W. Paidéia: a formação do homem greto. Tradução de Artur M. Parreira. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
LACAN, J. O seminário, livro19: ... ou pior. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
MATTÉI, J.-F. Pitágoras e os pitagóricos. Tradução de Constança Marcondes Cesar. São Paulo: Paulus, 2000.
MACDOWELL, J. A. A. A. A gênese de ontologia fundamental de Martin Heidegger: ensaio de caracterização do modo de pensar de Sein und Zeit. São Paulo: Loyola, 1993.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. Tradução de Carlos A. R. de Moura. 2ª ed.. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
OUELBANI, M. O Círculo de Viena. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2009.
PEIXOTO, M. C. D. Sobre o sentir e o inteligir: a propósito do testemunho DK 68 A 105 de Demócrito. In: ______ O visível e o invisível: estudos sobre a percepção e o pensamento na filosofia grega antiga. Belo Horizonte: EDUFMG, 2012.
PELLEGRIN, P. Vocabulário de Aristóteles. Tradução de Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
POPPER, K. R. O mundo de Parmênides: ensaios sobre o Iluminismo pré-socrático. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora Unesp, 2014.
RICOEUR, P. Ser, essência e substância em Platão e Aristóteles. Tradução de Rosemary Costhek Abilio. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
ROMEYER-DHERBEY, G. Os sofistas. Tradução de João Amado. Lisboa, 1986.
VERNANT, J.-P.. Mito e pensamento entre os gregos: estudos de psicologia histórica. Tradução de Haiganuch Sarian. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
WAGNER, P. A lógica. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2009.
WITTGENSTEIN, L. Tratado lógico-filosófico/Investigações filosóficas. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1987.
Publicado
2020-07-21
Como Citar
Silva, R. I. (2020). Negação das formas: . Revista Espaço Acadêmico, 20(223), 83-95. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/54614
Seção
Dossiê: Pesquisa, Produção de Subjetividade e Formação