Pesquisar como um ato de rebeldia:

um convite ao quefazer em Psicologia

  • Fernando Santana de Paiva UFJF
Palavras-chave: Psicologia; ciência, práxis; ética, política.

Resumo

O artigo objetiva suscitar algumas reflexões sobre a importância de produzimos um conhecimento em Psicologia que contribua para um movimento de mudança social. Historicamente, a Psicologia, como disciplina científica, alinhou-se aos interesses de grupos que detém a hegemonia política, econômica e cultural, cumprindo um papel de normalização da vida. Aponto para a importância de trabalharmos em prol de uma ciência rebelde, conforme preconizado pelo sociólogo colombiano Orlando Fals-Borda, e que possamos explicitar as dimensões éticas e políticas em nosso ato de pesquisar. O conhecimento coproduzido junto aos sujeitos, grupos e movimentos sociais pode-se configurar como uma das alternativas para a superação das estruturas de poder que acentuam relações de exploração, opressão e dominação no âmbito do sistema capitalista vigente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernando Santana de Paiva, UFJF

Professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Referências

CANGUILHEM, G. O que é a psicologia? Tempo Brasileiro, v. 30, n.31, p.104-123, 1973.
CASTRO-GOMEZ, S. Ciencias sociales, violencia epistémica y el problema de la “invención del otro”. In: LANDER, E. (Org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Buenos Aires, Clasco, 2000. p. 145-161.

CUELLAR, E. B. Psicologia como engano: ?adaptar o subvertir? Bogotá: Ediciones Catedra Libre, 2017.
FAIRCLOUGH, N. Discurso e Mudança Social. Brasília, Editora UNB, 2008.
FALS-BORDA, O. Ciencia, compromiso y cambio social. Caracas: Fundación Editorial El perro y la rana, 2014.
FOUCAULT, M. La Psicología de 1850 a 1950. Histoire de la philosophie européenne, t.II, Paris, Librairie Fischbacher, 1957.
GRAMSCI, A. Concepção Dialética da História. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira S.A, 1986.
GUZZO, R. S. L. Pesquisa e mudança social: desafios e dificuldades para a formação em Psicologia. Educar em revista, v. 34, n. 71, p. 143-156, 2018.
LANDER, E. Ciencias sociales:saberes coloniales y eurocêntricos. In: LANDER, E. (Org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Buenos Aires, Clasco, 2000. p. 11-40.
LÖWY, M. As Aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen: marxismo e positivismo na sociologia do conhecimento. São Paulo: Cortez Editora, 1998.
MONTERO, M. Ética e Política en Psicología: las dimensiones no reconocidas. Athenea Digital, n.0, p. 1-10, 2001.
MARTÍN-BARÓ, I. Hacia una Psicología de la liberación. Boletín de Psicología, v.22,p. 219-231, 1986.
MARTÍN-BARÓ, I. El método em psicologia política. Suplementos Antrophos, v. 44, 1991.
MARTÍN-BARÓ, I. Ética en Psicología (1980). Teoría y Crítica de la Psicología, v.6, p. 491-531, 2015.
PAVON-CUÉLLAR, D. (Org.). Capitalismo y Psicología Crítica en latinoamérica: del sometimiento neocolonial a la emancipación de subjetividades emergentes. Cidade do México: Kanankil Editorial, 2017.
PAVON-CUÉLLAR, D, MENTININS, M. Zapatismo y Subjetividad: más allá de la Psicologia. Cidade do México: Morelis, 2020.
PARKER, I. Revolução na Psicologia: da alienação à emancipação. Campinas: Alíena Editora, 2007
PARKER, I. Handbook of Critical Psychology. Londres: Routledge, 2015.
ROSE, N. Psicologia como uma ciência social. Psicologia & Sociedade, v. 20, n. 2, p. 155-164, 2008.
TEO, T. What is Epistemological Violence in the Empirical Social Sciences? Social and Personality Psychology Compass, v. 4, n.5, p. 295–303, 2010.
Publicado
2020-07-21
Como Citar
Paiva, F. S. de. (2020). Pesquisar como um ato de rebeldia:. Revista Espaço Acadêmico, 20(223), 01-12. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/54632
Seção
Dossiê: Pesquisa, Produção de Subjetividade e Formação