Macumba pictórica

  • Pedro Ivo Cipriano Inocêncio Universidade Católica de Petrópolis
Palavras-chave: Palavras-chave: macumba, afrodescendente, perspectiva, cultura, estética.

Resumo

Objetivo do texto é olhar a Macumba como um mote criativo, desconstruindo a ideia pejorativa e negativa desta palavra, que tem como conceito a negação do sentido, o significado que contém o conjunto de uma vivência religiosa, que faz jus ao racismo estrutural na sociedade brasileira inclusive no culto religioso. Importa destacar que esta palavra pode ser lida como metonímia da ação negativa dessa estrutura racista, que demoniza e subjuga como estratégia de negação do negro na cultura brasileira. Pretende-se desconstruir a macumba e trabalhá-la como uma possibilidade ver a vida no “caminho do meio entre a África e Brasil” (CONDURU, 2009) em uma epistemologia da macumba. Uma maneira de pitar a vida e descolonizar a mente promove-se o uso da arte afrodescendente, macumbeira, fonte criativa e inspiradora para escrever uma história que visita os antepassados por via de um método estético tendo a arte como prisma.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pedro Ivo Cipriano Inocêncio, Universidade Católica de Petrópolis

Pós Graduação em Metodologia do Ensino de Artes - Centro Universitário Internacional. Licenciado em Letras e Literatura – UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS. Artista plástico brasileiro contemporâneo. Participou de exposições petropolitanas – galeria de arte do SESC, galeria de arte da FASE, galeria de arte no Centro de Cultura Raul de Leoni e projeto de arte “ARTE GARAGEM. Trabalha bastante com técnica mista, utilizando-se de elementos gramaticais e elementos dos cultos afro-brasileiros para nomear seus trabalhos artísticos. Sua poética pictórica é uma mistura de arte afrodescendente e gesto expressivo tendo como foco principal o pensamento banto e o sagrado na sociedade brasileira. Tendo como influência os símbolos da umbanda, filosofia africana, Jackson Pollock, Rubem Valentim, Karin Lambrecht.

Referências

ALMEIDA, Silvio de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólem, 2019.

BAKHTIN, Mikhail & VOLOSINOV. V. N. Discurso na vida discurso na arte (sobre a poética sociológica). Tradução Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza. New York: Academic Press, 1976.

CONDURU, Roberto. Arte afro-brasileira. Editora Arte. 2009.

HAMPATÉ BÁ. A. A tradição viva. In: KI-ZERBO, Joseph. História Geral da África I: Metodologia e Pré-História da África. 2.ed. ver. Brasilia. UNESCO, 2010, p.XXXI-LVII. (Volume I).

LEITE, Fábio. Valores civilizatórios em sociedades negro-africanas. África: Revista do Centro de Estudos Africanos. USP, S. Paulo, 18-19 (1).103- 118, 1995/1996. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/africa/article/view/74962. Acessado em: jan. 2020.

LOPES, Nei. Novo dicionário banto do Brasil: contendo mais de 250 propostas etimológicas acolhidas pelo Dicionário Houaiss/ Nei Lopes – Rio de Janeiro: Palas, 2003.

MORAIS, Frederico. Arte e o que eu e você chamamos de arte: 801 definições sobre arte e o sistema de arte. Rio de Janeiro: Record, 1998.

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil: Identidade nacional versus identidade negra/ KabengeleMunanga. – Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. http://docslide.com.br/documents/rediscutindo-a-mesticagem-no-brasilkabengele-munanga.html. Acessado em: dez. 2019.

OLIVEIRA, Eduardo David. Filosofia da ancestralidade: corpo de mito na filosofia da educação brasileira.EditoraGráfica popular, 2007.

PRANDI, Reginaldo. Referências sociais das religiões afro-brasileiras: sincretismo, branqueamento, africanização. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 4, n.8, p. 151-167, jun. 1998.

RAMOSE, Mogobe B. African Philosophy through Ubuntu. Harare: Mond Books, 1999, p. 49-66. Tradução para uso didático por Arnaldo Vasconcellos. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/textos-africanos.html. Acessado em: jan. 2020.

SIMAS, Luiz Antonio, 1967. Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas/ Luiz AntonioSimas, Luiz Rufino. – 1. Ed. – Rio de Janeiro: Mórula, 2018.

SODRÉ, Muniz. O terreiro e a cidade: a forma social negra-brasileira. 1988, p. 96.

TEMPELS, Placide. Ontologia Bantu. O compotamento dos bantus – ele se concentra em um único valor: a força vital. A tradução foi feita a partir das edições em francês e inglês do texto de Tempels disponíveis no site :http://www.aequatoria.be/tempels/FTLovania.htm.O trecho é parte do capítulo 2 sobre a “Ontologia Bantu” e aparece também na coletânea African Philosophy (Blackwell, 1998) de Emmanuel Chuckwudi Eze. Tradução feita por Marcos Carvalho Lopes (UNILAB marcosclopes@unilab.edu.br) para uso didático (no curso de “Filosofia Africana”). Disponibilizada inicialmente no site: www.filosofiapop.com.br. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/textos-africanos.html. Acessado em jan. 2020.

VALENTIM, Rubem. Comentários do artista. In: FONTELES, Bené; BARJA, Wagner, Rubem Valentim: artista da luz. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2001, p. 27-31 (catálogo de exposição). http://www.museuafrobrasil.org.br/pesquisa/indice-biografico/lista-de-biografias/biografia/2014/12/02/rubem-valentim-comentarios-do-artista . Acessado em abr. 2020.
Publicado
2020-11-13
Como Citar
Inocêncio, P. I. C. (2020). Macumba pictórica. Revista Espaço Acadêmico, 20(225), 146-159. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/54838