Biopoder e necropolítica:

os mecanismos estatais de controle sustentados na diferença racial

  • André Almeida Santos UFSB
  • Maurício de Novais Reis UFSB
Palavras-chave: Biopoder; Necropolítica; Racismo Estrutural; Giro Decolonial.

Resumo

O escopo do presente artigo é elucidar uma leitura das categorias biopoder e necropolítica, destacando como estas possibilitam a compreensão das diversas dimensões do racismo na sociedade brasileira. Refletir sobre o poder, como instituto de dominação, é fulcral no processo de análise das maneiras como este se manifesta em rede. Assim, seja pelo poder disciplinar, que tem como finalidade a aplicação de técnicas sobre o corpo, operacionalizando mediante a vigilância constante com viés punitivo, seja pelo biopoder exercido sobre uma determinada população, sobrepondo-a em camadas divisórias de controle de grupos, promovendo a exclusão daqueles não disciplináveis ou através da necropolítica, o controle estatal é exercido através da classificação racial dos grupos. Passa, impreterivelmente, por esses meandros a fabricação da morte, concernente à possibilidade de deixar morrer determinadas populações a partir da categoria raça.

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Biografia do Autor

André Almeida Santos, UFSB

Graduado em Histórtia (UNEB), Graduado em Pedagogia (UNEB), Especialista em História do Brasil (FIJ), Mestrando em Relações Étnico-Raciais (UFSB) e Vice- coordenador da APLB-Sindicato - Delegacia do Extremo Sul/Teixeira de Freitas (BA), coordenador pedagógico da rede Estadual e professor de História da rede Municipal 

Maurício de Novais Reis, UFSB

Graduado em Filosofia e Pedagogia e Mestre em Ensino e Relações Étnico-Raciais (UFSB)

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Publicado
2021-09-01
Como Citar
Santos, A. A., & Reis, M. de N. (2021). Biopoder e necropolítica:. Revista Espaço Acadêmico, 21(230), 309-320. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/55986