A educação para as populações do campo na concepção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Palavras-chave: Rural; Urbano; Campo; Cidade; Educação; MST.

Resumo

As transformações no sistema capitalista de produção produziram uma redefinição das relações entre os meios rural (campo) e urbano (cidade), possibilitando às populações que vivem das suas atividades agrícolas, pecuárias, extrativistas, dentre outras, uma colocação na sociedade contemporânea. Em verdade, possibilitou o reconhecimento de sua importância social, política, econômica e cultural. O objetivo do presente trabalho se encontra na necessidade da oferta de uma educação de boa qualidade para estas populações, sob a orientação das discussões empreendidas por inúmeros pesquisadores que se dedicaram ao estudo da temática e, sobretudo, pelos intelectuais orgânicos do Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para evidenciar as concepções que expressam os fundamentos da “educação do campo”. Entendemos, que as transformações estabelecidas pelo sistema capitalista suscitaram de forma mais efetiva as discussões sobre as realidades que caracterizam as comunidades do campo, em especial, as suas necessidades escolares como legítimas, contidas nos princípios político-ideológico dos movimentos sociais e absorvidas pelo universo acadêmico como unidade social plenamente inserida na sociedade capitalista em tempos atuais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flávio Reis dos Santos, Universidade Estadual de Goiás (UEG)

Pós-Doutor em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (PPGE/UFSCar). Pós-Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (PPGGC/UFG). Doutor em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (PPGE/UFSCar). Professor do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Goiás (PPGHIS/UEG). Professor do Programa de Pós-Graduação em Gestão, Educação e Tecnologias da Universidade Estadual de Goiás (PPGET/UEG). Membro do Comitê de Avaliação de Projetos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG). Membro do Comitê Institucional de Pesquisa da Universidade Estadual de Goiás (CIP/UEG). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação no Campo da Universidade Federal de São Carlos (GEPEC/HISTEDBR/UFSCar). Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Educação Rural no Brasil da Universidade Estadual de Goiás (NEPERBR/GEPEC/UEG).

Referências

ARROYO, Miguel González; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica Castagna (Orgs.). Por uma educação do campo. 5. ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2011.
BEZERRA NETO, Luiz. Educação do campo ou educação no campo. HISTEDBR, Campinas, n. 38, 2010. Disponível em: . Acesso em 18 mar. 2016.
BEZERRA NETO, Luiz. Sem Terra aprende e ensina: estudo sobre as práticas educativas do movimento dos trabalhadores rurais. Campinas/SP: Autores Associados, 1999.
BRASIL. Resolução CNE/CBE n. 1, de 3 de abril de 2002. Institui Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Brasília/DF: Conselho Nacional de Educação/ Câmara de Educação Básica, 2002. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2016.
CALDART, Roseli Salete et al. Dicionário da educação do campo. 2 ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
FERNANDES, Bernardo Mançano. Diretrizes de uma caminhada. In: KOLLING, E. J.; CERIOLI, Paulo Ricardo; CALDART, Roseli Salete. (Orgs.). Educação do campo: identidade e políticas públicas. Brasília/DF: Articulação Nacional Por Uma Educação do Campo, 2002. Disponível em: . Acesso em: 12 set. 2016.
FERNANDES, Bernardo Mançano. O MST e as reformas agrárias no Brasil. Boletim DATALUTA, 2008. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2016.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere. Volume 5. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Conceituação das características divulgadas na contagem da população de 1996. Geociências. Rio de Janeiro/RJ. Disponível em: . Acesso em: 19 mar. 2016.
KOLLING, Edgar Jorge; CERIOLI, Paulo Ricardo; CALDART, Roseli Salete. (Orgs.). Educação do campo: identidade e políticas públicas. Brasília/DF: Articulação Nacional por uma Educação do Campo, 2002. Disponível em: . Acesso em: 3 out. 2015.
KOLLING, Edgar Jorge; NERY, Israel José; MOLINA, Mônica Castagna. (Orgs.). A educação básica e o movimento social do campo. Brasília/DF: UnB, 1999.
LIGUORI, Guido; VOZA, Pasquale (Orgs.). Dicionário gramsciano. São Paulo: Boitempo, 2017.
MENDRAS, Henri. Les sociétés paysannes: éléments pour une théorie de la paysannerie Paris: Gallimard, 1995.
MOLINA, Mônica Castagna. A educação do campo e o enfrentamento das tendências das atuais políticas públicas. Educação em Perspectiva, Viçosa, v. 2, n. 6, 2015. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2016.
MORISSAWA, Mitsue. A história da luta pela terra e o MST. São Paulo/SP: Expressão Popular, 2001.
MST. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Dossiê MST Escola. Documentos e estudo (1190-2001). Veranopólis: ITERRA, 2005. Disponível em: . Acesso em: 3 mar. 2016.
MUNARIM, Antonio. Educação do campo no cenário das políticas públicas na primeira década do século 21. Em Aberto, Brasília, v. 85, n. 24, 2011. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2016.
SANTOS, Flávio Reis; BEZERRA NETO, Luiz. Educação no campo: história, desafios e perspectivas atuais. In: BASSO, Jaqueline Daniela; SANTOS NETO, José Leite; BEZERRA, Maria Cristina dos Santos. Pedagogia histórico-crítica e educação no campo: história, desafios e perspectivas atuais. São Carlos/SP: Pedro & João Editores/Navegando, 2016.
SANTOS, Flávio Reis; BEZERRA NETO, Luiz. Políticas públicas para a educação rural no Brasil: da omissão à regulamentação do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária. Revista HISTEDBR, Campinas, n. 166, 2015. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2016.
SAVELI, Esméria de Lourdes. A proposta pedagógica do MST para as escolas dos assentamentos: a construção da escola necessária. Publicatio UEPG, v. 8, n. 1, 2000. Disponível em: . Acesso em: 12 set. 2016.
SCHNEIDER, Sérgio. Situando o desenvolvimento rural no Brasil: o contexto e as questões em debate. Revista de Economia Política, v. 30, n. 3, jul./set. 2010. Disponível em: . Acesso em: 3 mar. 2016.
SCHNEIDER, Sérgio. Teoria social, agricultura familiar e pluriatividade. RBCS, v. 18, n. 51, fev. 2003. Disponível em: . Acesso em: 4 mar. 2016.
SILVA, José Graziano. O novo rural brasileiro. 2 ed. Campinas/SP: IE/UNICAMP, 2002.
WANDERLEY, Maria de Nazareth Baudel. A emergência de uma nova ruralidade nas sociedades modernas avançadas: o rural como espaço singular e ator coletivo. Estudos Sociedade e Agricultura, n. 15, out. 2000. Disponível em: . Acesso em: 4 mar. 2016.
Publicado
2021-11-01
Como Citar
Santos, F. R. dos. (2021). A educação para as populações do campo na concepção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Revista Espaço Acadêmico, 21(231), 172-183. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/58306