Concepções de feminismo na Plataforma Digital Nova Escola:
um estudo a partir da Teoria Crítica da sociedade
Resumo
Este trabalho tem o objetivo de identificar as concepções de feminismo presentes nas publicações da Plataforma Digital Nova Escola, a partir dos estudos da Teoria Crítica da Sociedade. Lançada em 2015, após o término da distribuição da Revista Nova Escola na sua versão impressa, a Plataforma Digital Nova Escola tem o propósito de manter o conceito construído pela marca desde 1986: “fortalecer o educador para transformar o Brasil”. Justifica-se a escolha desta plataforma para o desenvolvimento deste trabalho devido ao poder de influência que, ao longo de décadas, a marca Nova Escola exerceu na educação brasileira, ao apresentar seus produtos como capazes de apoiar, valorizar e atualizar o professor. Uma das principais estratégias utilizadas para atingir tal propósito foi a disseminação de receituários sobre práticas pedagógicas premiadas nos eventos promovidos pela Editora Abril anualmente, denominados de “Educador Nota 10”. Tal movimento foi acompanhado do incentivo para seu público-alvo – os profissionais da educação - reproduzir os planos de aulas vencedores e, supostamente, alcançar o mesmo sucesso com seus alunos. Dessa forma, considerando que a marca Nova Escola continua sendo uma fonte de pesquisa para os professores e gestores brasileiros, atingindo milhares de usuários atualmente via plataforma digital, torna-se relevante investigar quais temas e abordagens são utilizadas na composição dos seus conteúdos. Para este trabalho escolhemos identificar as concepções de feminismo que permeiam 06 (seis) publicações, selecionadas via ferramenta de busca disponibilizada pela própria plataforma digital. Observou-se que a maioria destas publicações é assinada por editores de Nova Escola, com discussões restritas às questões de gênero e dicas de como abordar este tema em sala de aula.
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Referências
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