O Estatuto do Cuidador Informal em Portugal e a instrumentalização liberal do trabalho não pago:

as mulheres no centro da reprodução capitalista

Palavras-chave: Cuidado. Reprodução social. Capitalismo. Mulher

Resumo

A recente implementação do Estatuto do Cuidador Informal em Portugal, promulgado em 2019 e aplicado em março de 2020, em plena pandemia, reacendeu a necessidade de se debater as condições da mulher na função de cuidadora, a sobrecarga de trabalho e a objetificação do trabalho doméstico. Pensar os artifícios da lógica capitalista que incidem sobre países semiperiféricos como Portugal nos ajuda a compreender as posições de ambiguidade que fazem com que políticas públicas tão “rudimentares” ainda sejam propostas como garantias para que a mulher exerça com segurança mínima um trabalho que deveria ser amparado pelo Estado. A tentativa de reformar o capitalismo e torná-lo mais humano não foi capaz de nos dar qualquer garantia do fim das desigualdades, suas repetidas medidas assistenciais e de emergência em caso de crise têm nos alienado e deixado uma lacuna relevante na luta por justiça social e econômica.

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Biografia do Autor

Marcela Uchôa, Instituto de Estudos Filosóficos da Universidade de Coimbra

Doutora em Filosofia Política pela Universidade de Coimbra, membro integrado do Instituto de Estudos Filosóficos da Universidade de Coimbra. Colaboradora do Jornal português O Público e no Brasil da Carta Maior.

Publicado
2021-06-01
Como Citar
Uchôa, M. (2021). O Estatuto do Cuidador Informal em Portugal e a instrumentalização liberal do trabalho não pago:. Revista Espaço Acadêmico, 21, 03-12. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/59395
Seção
A pandemia e os cuidados pela vida (Org.: Paula Machava)