O insubmisso fio sócio-histórico autogestionário:

o lugar da Educação Popular Libertária

  • Ivonaldo Leite
Palavras-chave: Educação Popular Libertária, anarquismo, laicidade, campo científico

Resumo

Entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, o Brasil chegou a ter quarenta espaços educativos anarquistas, sendo eles escolas, centros de estudos sociais, círculos de cultura e uma universidade (a Universidade Popular de Ensino Livre – UPEL). Os libertários eram basicamente imigrantes europeus que primeiro trabalharam na lavoura de café e depois na indústria. Deram expressão ao movimento operário e marcaram posição pública defendendo perspectivas como a laicidade, a independência dos sindicatos em relação ao Estado e o anarcofeminismo, tendo criado jornais e revistas para isso que chegaram a somar cerca de 500 periódicos entre 1880 e 1930. Com a sua Pedagogia Libertária construíram uma pioneira experiência de Educação Popular, que, no entanto, no decorrer da história brasileira, foi remetida ao esquecimento.  Este trabalho sustenta a hipótese que o desconhecimento contemporâneo do legado anarquista em torno das experiências educativas libertárias é decorrente, em parte significativa, do modo como o campo científico - conforme Bourdieu o definiu - tem se configurado em educação no Brasil, designadamente na área de Educação Popular.

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Biografia do Autor

Ivonaldo Leite

Doutorado pela Universidade do Porto (Portugal)/Pós-doutorado em Sociologia (Universidad de la República) 

Publicado
2022-05-01
Como Citar
Leite, I. (2022). O insubmisso fio sócio-histórico autogestionário:. Revista Espaço Acadêmico, 22(234), 97-109. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/60533
Seção
DOSSIÊ Anarquismo, pesquisa científica e espaço virtual (Org. Rogério de Castro)