Nem prêmio, nem castigo!
A Educação Libertária na obra de Maria Lacerda de Moura
Resumo
Para os grupos e as pessoas envolvidas com o anarquismo a educação possuía um lugar central, tendo em vista que proporcionava uma crítica ao ensino burguês e religioso e, por outro lado, materializava sua própria concepção pedagógica através da criação de escolas autônomas e autogeridas livre da igreja e do Estado, bem como a produção de seus próprios materiais escritos, fundamentados em princípios de autonomia, de autogestão, de internacionalização e de ação direta. A coeducação de gêneros e de classes era vista como forma de trocas e como um recurso para o desenvolvimento das crianças e jovens. Não havia separação hierárquica entre o trabalho manual e intelectual, ambos deveriam servir como ferramentas para o aprendizado. Maria Lacerda de Moura foi uma educadora normalista que participou em várias frentes de trabalho escolar e viu nas teorias pedagógicas libertárias uma forma de escapar dos métodos tradicionais amparados no binômio prêmio-castigo. As teorias anarquistas tinham sólidas propostas sociais e culturais, o encontro e a amizade da educadora com Fábio Luz e José Oiticica possibilitou o estudo sobre as experiências pedagógicas de Paul Robin, Sébastien Faure e Francisco Ferrer y Guardia. Neste texto apresentamos algumas das ideias da autora sobre a Educação Libertária apresentadas em livros e cartas. A crítica aos modelos adotados na escola oficial brasileira e as novidades educacionais trazidas da Europa fizeram eco ao pensamento dela, que pode escrever e pronunciar palestras sobre um novo modelo educativo, pautado no respeito à individualidade da criança, bem como nas diferenças de classe, etnia ou gênero.
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Copyright (c) 2022 Patrícia Lessa dos Santos (Autor)

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