O ciberfeminismo negro como ferramenta de visibilidade e resistência contra o sexismo e o racismo na contemporaneidade

  • Danielle Lins Lima Ferreira Universidade de Pernambuco
  • Naína Jéssica Carvalho Araújo Universidade Federal do Piauí: Teresina, Piauí, BR
Palavras-chave: Movimento de Mulheres Negras; Mulheres Negras Decidem. Ciberfeminismo; Inclusão Digital;

Resumo

A pandemia da covid-19 provocou adaptações no cotidiano, tornou-nos ainda mais dependentes das novas tecnologias de comunicação e informação – NTICs e da própria internet. Diante das demandas impostas por ela, as mídias digitais tornaram-se ainda mais arenas de grandes batalhas ideológicas, sociais e políticas fomentando práticas feministas na perspectiva do ciberespaço, interessando aqui as realizadas por mulheres negras brasileiras, a exemplo do movimento Mulheres Negras Decidem – MND. Nesse sentido, almejou-se analisar como essas mulheres têm se apropriado das redes sociais digitais enquanto ferramenta de fortalecimento, visibilidade e resistência na sociedade patriarcal-racista brasileira; além de refletir sobre o debate proposto pelo MND de reposicionamento da agenda política liderada por mulheres negras. O artigo, de abordagem qualitativa e exploratória, foi desenvolvido a partir da pesquisa Movimentos Feministas, Interseccionalidade e Ciberfeminismos ainda em curso no mestrado de políticas públicas da UFPI em parceria com outro pesquisa de mestrado em andamento sobre Representatividade e Visibilidade da Mulher Negra em Mídias Sociais no Agreste Meridional de Pernambuco pela UPE. A revisão de literatura conta com o panorama  histórico do ciberfeminismo negro pautada no debate de intelectuais como Carla Akotirene, Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro, dentre outras, considerando os pontos de colisão do feminismo negro e a interseccionalidade no contexto do acesso às mídias digitais e a importância da inclusão digital de mulheres negras no meio urbano e rural.

 

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Biografia do Autor

Danielle Lins Lima Ferreira, Universidade de Pernambuco

Professora de História da rede pública de ensino do município de Saloá-Pernambuco. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Culturas Africanas, da Diáspora, e dos Povos Indígenas – PROCADI/UPE.

Naína Jéssica Carvalho Araújo, Universidade Federal do Piauí: Teresina, Piauí, BR

Mestranda (Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil) pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Piauí - PPGPP/UFPI; Membra do grupo de estudos de raça, gênero, sexualidades e classe – Profa. Elaine Nascimento.

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Publicado
2023-01-01
Como Citar
Ferreira, D. L. L., & Araújo, N. J. C. (2023). O ciberfeminismo negro como ferramenta de visibilidade e resistência contra o sexismo e o racismo na contemporaneidade. Revista Espaço Acadêmico, 22(238), 115-126. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/65421
Seção
Dossiê: Juventudes, Interseccionalidade e Direitos Humanos