Pensar Sankofa:

o afrofuturismo como ebó epistemológico

  • Denis Moura de Quadros Universidade Federal do Rio Grande
Palavras-chave: Ancestralidade; Literatura negra; afrofuturismo

Resumo

Sankofa é uma imagem do pássaro que, voando para frente, inclina a cabeça para trás. Assim, pensar o afrofuturismo como potencialidade decolonial e, sobretudo, como fator de impacto para o “giro epistemológico” se faz, nesse primeiro momento, necessário. O artigo apresenta as bases teóricas do afrofuturismo (ESHUN, 2015; DERY, 1994; NELSON, 2020; WOMAK, 2015. YASLEY, 2020) pensando nas estruturas da sociedade brasileira para, em um segundo momento, possibilitar ferramentas teórico-metodológicas para as obras literárias brasileiras de autoria negra que pensam/dialogam com futuros ancestrais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Denis Moura de Quadros, Universidade Federal do Rio Grande

Doutor em Letras, área de concentração História da Literatura, pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Mestre em Letras pela mesma universidade e Licenciado em Letras- Português e Literatura pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA).

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2002.
ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade: Notas sobre uma posição disciplinar. In: NASCIMENTO, Elisa Lakin (Org). Afrocentricidade: Uma abordagem epistemológica inovadora; São Paulo: Selo negro, 2009. p. 93-110.
GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras: Lélia Gonzalez em primeira pessoa... Diáspora africana: Filhos da África, 2018.
DERY, Mark. Black to the future: interviews with Samuel R. Delany, Greg Tate and Tricia Rose. In: DERY, Mark. (Org). Flame wars: The discourse of Cyberculture. Duham, N. C.: Duke University Pres. 1994. p. 172-222.
ESHUN, Kodwo. Mais considerações sobre o afrofuturismo. In: FREITAS, Kênia (Org). Afrofuturismo: cinema e música em uma diáspora intergaláctica. São Paulo: Caixa cultural, 2015. p. 44-61.
FINCH III, Charles S. Cheikh Anta Diop confirmado. In: Elisa Lakin (Org). Afrocentricidade: Uma abordagem epistemológica inovadora; São Paulo: Selo negro, 2009. p. 71-92.
FREITAS, Henrique. O arco e a arkhé: Ensaios sobre literatura e cultura. Salvador: Ogum’s toques negros, 2016.
MARTINS, Leda Maria. Afrografias da memória: O reinado do Rosário no Jatobá. São Paulo: Perspectiva; Belo Horizonte: Mazza, 1997.
MARTINS, Leda. A fina lâmina da palavra. O eixo e a roda, Belo Horizonte, v. 15, 2007. p. 55-84.
MBEMBE, Achille. Necropolítica: Biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Trad. Renata Santini. São Paulo: N-1 Edições, 2008.
NELSON, Alondra. Introdução a “Future text” (2002). Trad. Eugênio Lima. In: AMORIM, Tomaz (Org). Ponto virgulina. 2020. p. 66-91.
PEREIRA, Edimilson. Entre Orfe(x)u e Exunouveau. Rio de Janeiro: Azougue, 2017.
RUFINO, Luiz. Pedagogia das escruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula, 2019.
SANTOS, José Henrique Freitas; RISO, Ricardo. (Org). Afro-rizomas na diáspora negra: As literaturas africanas na encruzilhada brasileira. Rio Janeiro: Kitabu, 2013.
SODRÉ, Muniz. Pensar nagô. Petrópolis: Vozes, 2017.
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.
SOUZA, Waldson Gomes de. Afrofuturismo: O futuro ancestral na literatura brasileira contemporânea. 2019. 102f. Dissertação (Mestrado em Literatura) - Instituto de Letras- Departamento de Teoria Literária e Literaturas- Programa de Pós-Graduação em Literatura- Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
WOMACK, Ytasha. Cadete Espacial. In: FREITAS, Kênia (Org). Afrofuturismo: cinema e música em uma diáspora intergaláctica. São Paulo: Caixa cultural, 2015. p. 24-43.
YASZEK, Lisa. Raça na ficção científica: o caso do afrofuturismo. Trad. Petê Rissatti (2013) In: AMORIM, Tomaz (Org). Ponto virgulina. 2020. p.140-161.
Publicado
2024-05-31
Como Citar
Quadros, D. M. de. (2024). Pensar Sankofa: . Revista Espaço Acadêmico, 24(244), 24-35. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/68607
Seção
Dossiê: Decolonizar a epistemologia: sobre diferenças e afetos