E no cu do mundo?:
estudos e ativismos queer no Brasil
Resumo
A teoria do cu inaugura uma nova tradição para os saberes situados no Sul ao mesmo tempo em que serve de tradução para o queer. Por esse motivo, localizo o presente artigo nas produções teóricas queer e decolonial. Seu objetivo principal é oferecer uma rota para a compreensão do progresso dos estudos e dos ativismos queer situados no Brasil desde a primeira década do século XXI até o seu giro decolonial. Buscou-se esclarecer a importância de fixar o queer nas Ciências Sociais para construir saberes subalternos hábeis a inflar os pulmões de quem grita pela subversão das estruturas de hegemonia e normalização.
Downloads
Referências
ANZALDÚA, G. La conciencia de la mestiza: rumo a uma nova consciência. Revista estudos feministas, v. 13, p. 704-719, 2005.
BANDEIRA, A. M. A teoria queer em uma perspectiva brasileira: escritos para tempos de incertezas. Revista Arqueologia Pública, v. 13, n. 1 [22], p. 34-53, 2019.
BENTO, B. Queer o quê? Ativismo e estudos transviados. Revista Cult, São Paulo, v. 14, n. 08, não p., 14 ago. 2014. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/queer-o-que-ativismo-e-estudos-transviados-193-ago2014/ . Acesso em: 17 mai. 2023.
BENTO, B. A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2006.
BUTLER, J. Os atos performativos e a constituição do gênero: um ensaio sobre fenomenologia e teoria feminista. São Paulo: Chão da Feira, 1988.
BUTLER, J. Corpos Que Importam: os limites discursivos do "sexo". São Paulo: n-1 edições, 2019.
COLLING, L. Quatro dicas preliminares para transar a genealogia do queer no Brasil. In: BENTO, B.; FÉLIX-SILVA, A. V. Desfazendo gênero: subjetividade, cidadania, transfeminismo. Natal: EDUFRN, 2015.
COSTA, S. Desprovincializando a sociologia: a contribuição pós-colonial. Revista brasileira de ciências sociais, v. 21, p. 117-134, 2006.
EL TAYEB, F. European others: Queering ethnicity in postnational Europe. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2011.
GROSFOGUEL, R. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Periferia, v. 1, n. 2, 2009.
LOURO, G. L. Teoria queer: uma política pós-identitária para a educação. Revista estudos feministas, v. 9, p. 541-553, 2001.
MISKOLCI, R. A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização. Sociologias, Porto Alegre, ano 11, n. 21, p. 150-182, 2009.
MISKOLCI, R.; PELÚCIO, L. (org.). Discursos fora de ordem: sexualidades, saberes e direitos. São Paulo: Fapesp, 2012. p. 09-25.
MISKOLCI, R.; SIMÕES, J. A. Apresentação do Dossiê Sexualidades Disparatas. Cadernos Pagu, n. 28, 2007.
MISKOLCI, R. Não ao sexo rei: da estética da existência foucaultiana à política queer. In: SOUZA, L. A.; SABATINE, T. T.; MAGALHÃES, B. R. (org.). Michel Foucault: sexualidade, corpo e direito. Marília: Oficina Universitária, 2010. p. 47-68.
MOMBAÇA, J. Não vão nos matar agora. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2022.
PELÚCIO, L. Subalterno quem, cara pálida? Apontamentos às margens sobre pós-colonialismos, feminismos e estudos queer. Contemporânea, v. 2, n. 2, p. 395-395, 2012.
PELÚCIO, L. Traduções e torções ou o que se quer dizer quando dizemos queer no Brasil? Revista Periódicus, Salvador, v. 1, n. 1, p. 68-91, 2014.
PELÚCIO, L. O cu (de) Preciado–estratégias cucarachas para não higienizar o queer no Brasil. Iberic@ l, n. 9, p. 123-136, 2016.
PRECIADO, P. Multidões queer: notas para uma política dos" anormais". Revista Estudos Feministas, v. 19, p. 11-20, 2011.
PRECIADO, P. Um apartamento em Urano: crônicas da travessia. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
REA, C. A.; AMANCIO, I. S. Descolonizar a sexualidade: Teoria Queer of Colour e trânsitos para o Sul. Cadernos Pagu, 2018.
SPIVAK, G. C. Pode o subalterno falar?. Belo Horizonte: UFMG, 2010.
SUESS, R. C.; SILVA, A. de S. A perspectiva decolonial e a (re) leitura dos conceitos geográficos no ensino de geografia. Geografia Ensino & Pesquisa, p. e7-e7, 2019.

Copyright (c) 2023 Maithê Potrich (Autor)

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution Non-Commercial 4.0 (CC BY-NC 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, exceto os comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.