E no cu do mundo?:

estudos e ativismos queer no Brasil

  • Maithê Potrich Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: Decolonial, Cuir, Sociologia, Subalternidade

Resumo

A teoria do cu inaugura uma nova tradição para os saberes situados no Sul ao mesmo tempo em que serve de tradução para o queer. Por esse motivo, localizo o presente artigo nas produções teóricas queer e decolonial. Seu objetivo principal é oferecer uma rota para a compreensão do progresso dos estudos e dos ativismos queer situados no Brasil desde a primeira década do século XXI até o seu giro decolonial. Buscou-se esclarecer a importância de fixar o queer nas Ciências Sociais para construir saberes subalternos hábeis a inflar os pulmões de quem grita pela subversão das estruturas de hegemonia e normalização.

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Biografia do Autor

Maithê Potrich, Universidade Estadual de Londrina

Mestranda em Sociologia na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Desenvolve pesquisas sobre movimentos sociais, participação e representação política. E-mail: maithepotrich@gmail.com

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Publicado
2023-12-01
Como Citar
Potrich, M. (2023). E no cu do mundo?:. Revista Espaço Acadêmico, 23(242), 69-78. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/68693
Seção
Dossiê: Decolonizar a epistemologia: para um gozo sem paternidade