A ciência dos desastres, sua afetação e seus “afetados”
Resumo
A ciência, na acepção comum, não se afeta por vieses, busca a objetividade e o progresso do conhecimento, separando bem o sujeito do conhecimento do seu objeto. Ao depararmo-nos com um desastre, esse objeto que desafia qualquer tentativa de organização, o impulso científico é de organizar e buscar prever algo inesperado, que nos tira de uma certa ordem “natural” das coisas. Nesse ímpeto, escapa o que não se encaixa nessa forma: as contradições sociais, a história, a política, a subjetividade. De uma primeira aproximação às bases teórico-epistêmicas da ciência moderna, resgatamos o termo ideologia para problematizar esse descasamento das formulações presentes no campo científico dos desastres com as condições materiais em que elas emergem. Identificamos, em seguida, que o que escapava despontava, ainda que de forma esparsa, na mídia atual, o que nos levou a propor um chamamento da ciência a uma abertura radical ao social, aos “afetados”.
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