Não-Eu:
a recusa do sujeito como caminho para rasurar o silêncio colonial
Resumo
Toda criação de saberes depende de sua transmissão para existir. A epistemologia Ocidental apresenta os Sujeitos como portadores da fala e da escrita que transmitem conhecimento. Sujeitos que se configuram por sua Humanidade com h maiúsculo, desligada da t/Terra e dos corpos sub/desumanizados. O Sujeito da fala e do conhecimento Ocidental é branco e cisgênero. Mas saberes são produzidos, insujeitados, por toda parte. O que acontece quando rasuramos as ideias de sujeito e humano? Que circulações são possíveis no compartilhamento de saberes insujeitados? A recusa em ocupar ou disputar o lugar de Sujeito do Antropoceno pode ser um caminho para rasurar o silêncio colonial imposto sobre os corpos colonizados pensantes e atuantes. Os saberes insujeitados também circulam no silêncio.
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Referências
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