Não-Eu:

a recusa do sujeito como caminho para rasurar o silêncio colonial

  • Pê Moreira PUC-Rio
Palavras-chave: Rasura, Insujeito, Antropofagia, Pretofagia, Corpo-política

Resumo

Toda criação de saberes depende de sua transmissão para existir. A epistemologia Ocidental apresenta os Sujeitos como portadores da fala e da escrita que transmitem conhecimento. Sujeitos que se configuram por sua Humanidade com h maiúsculo, desligada da t/Terra e dos corpos sub/desumanizados. O Sujeito da fala e do conhecimento Ocidental é branco e cisgênero. Mas saberes são produzidos, insujeitados, por toda parte. O que acontece quando rasuramos as ideias de sujeito e humano? Que circulações são possíveis no compartilhamento de saberes insujeitados? A recusa em ocupar ou disputar o lugar de Sujeito do Antropoceno pode ser um caminho para rasurar o silêncio colonial imposto sobre os corpos colonizados pensantes e atuantes. Os saberes insujeitados também circulam no silêncio.

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Biografia do Autor

Pê Moreira, PUC-Rio

Pê Moreira é artista-pesquisadora e cineasta. Graduada em Comunicação Social pela UFRJ e mestre em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio, sua pesquisa concentra-se na investigação de gestos de rasura da binariedade de gênero e do humano do antropoceno

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Publicado
2024-05-31
Como Citar
Moreira, P. (2024). Não-Eu:. Revista Espaço Acadêmico, 24(244), 101-110. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/68746
Seção
Dossiê: Decolonizar a epistemologia: sobre diferenças e afetos