A decolonização do pensamento pela escrita de vivências:

proporcionando o protagonismo acadêmico

  • Carla Brito Nascimento UFU
Palavras-chave: Filosofia; Formação acadêmica; Epistemicídio; Escrevivência.

Resumo

As ações afirmativas trouxeram corpos plurais para os espaços acadêmicos, porém, isso não se reflete nos projetos de ensino. Por isso, ensejasse explorar como a escrita de vivências pode contribuir academicamente e fomentar a elaboração de estratégias contra o epistemicídio. Para isso, será utilizado o conceito de “escrevivência” sob uma perspectiva filosófica. O termo foi criado pela escritora Conceição Evaristo, e neste contexto visa colocar as pessoas em posição de protagonistas de suas trajetórias formativas. Ao acessar ambientes acadêmicos, muitas vezes as pessoas precisam despir-se de alguns elementos constituintes, porque há uma necessidade de imitar o modelo eurocêntrico de produção do conhecimento. Esse modelo tradicional de formação acadêmica proporciona um afastamento e inviabiliza saberes. Por isso, devemos colocar em voga as estratégias de exclusão como os processos filosóficos, ideológicos e históricos, para iniciarmos apontamentos rumo a uma educação decolonial e antirracista.

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Biografia do Autor

Carla Brito Nascimento, UFU

Mestranda em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia, bolsista CAPES. Cocriadora e ministrante do curso de extensão “Escrevivências Filosóficas” e coordenadora do grupo de pesquisa NEGREJÁ.

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Publicado
2024-05-31
Como Citar
Nascimento, C. B. (2024). A decolonização do pensamento pela escrita de vivências: . Revista Espaço Acadêmico, 24(244), 36-46. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/68768
Seção
Dossiê: Decolonizar a epistemologia: sobre diferenças e afetos