A decolonização do pensamento pela escrita de vivências:
proporcionando o protagonismo acadêmico
Resumo
As ações afirmativas trouxeram corpos plurais para os espaços acadêmicos, porém, isso não se reflete nos projetos de ensino. Por isso, ensejasse explorar como a escrita de vivências pode contribuir academicamente e fomentar a elaboração de estratégias contra o epistemicídio. Para isso, será utilizado o conceito de “escrevivência” sob uma perspectiva filosófica. O termo foi criado pela escritora Conceição Evaristo, e neste contexto visa colocar as pessoas em posição de protagonistas de suas trajetórias formativas. Ao acessar ambientes acadêmicos, muitas vezes as pessoas precisam despir-se de alguns elementos constituintes, porque há uma necessidade de imitar o modelo eurocêntrico de produção do conhecimento. Esse modelo tradicional de formação acadêmica proporciona um afastamento e inviabiliza saberes. Por isso, devemos colocar em voga as estratégias de exclusão como os processos filosóficos, ideológicos e históricos, para iniciarmos apontamentos rumo a uma educação decolonial e antirracista.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Política. Brasília, UnB, 1997. I, a-b, pp. 32 e 33.
CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. Acesso em: 02 maio 2023. p. 9.
EVARISTO, Conceição (2017). Becos da Memória. 200p. Rio de Janeiro: Pallas.
_________, Conceição. “Escrevivência” introdução à publicação da antologia literatura e afrodescendência no Brasil:antologia crítica, 2011.
HEGEL, G. W. Filosofia da História. Tradução de Hans Harden Maria Rodrigues. Brasília: UnB, 1999. pág. 83-86.
KANT, Immanuel. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime: ensaio sobre as doenças mentais. Tradução de Vinicius de Figueiredo. Campinas: Papirus, 1993. p.76/77.
KILOMBA, G. (2016). “Descolonizando o conhecimento” Uma Palestra-Performance de Grada Kilomba. Tradução, Oliveira, J. São Paulo, Goethe-Institut. p. 03.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (orgs.) Rio de Janeiro: Zahar, 2020
NKRUMAH. Kwame. (1970). Consciencism: philosophy and ideology for decolonization. Library of Congress. p. 3.
OBENGA, Théophile. (1990). La Philosophie africaine de la période pharaonique. 2780-330 avant notre ère. Paris: Editions L‘Harmattan.
RIBEIRO, Djamila. O que é Lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017. p. 121-122.

Copyright (c) 2024 Carla Brito Nascimento (AUTOR)

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution Non-Commercial 4.0 (CC BY-NC 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, exceto os comerciais.
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.