Evolução das metrópoles brasileiras:

análises de Wilson Cano (1970-2003)

Palavras-chave: Desenvolvimento, Metropolização, Cidades

Resumo

Este texto busca resgatar a literatura de Wilson Cano enquanto pensador do processo de desenvolvimento urbano e regional do Brasil, e um dos fundadores da escola de economia da Universidade de Campinas (UNICAMP), para compreender as realidades das metrópoles brasileiras a partir de uma síntese. Busca-se, portanto, responder a seguinte pergunta: quais elementos Wilson Cano utilizou para compreender o processo de metropolização ocorrido na década de 1970? Para tanto, orienta-se dentro dessa premissa a proposta de fazer uma mobilização da literatura de Wilson Cano e demais autores que foram responsáveis por construir uma análise do planejamento urbano e regional brasileiro numa perspectiva histórica. Este texto irá ser organizado da seguinte forma: no primeiro momento iremos apresentar um olhar de Wilson Cano sobre desequilíbrios regionais e como isso aponta para um processo desigual de desenvolvimento metropolitano; e em seguida iremos explorar a etapa de urbanização e metropolização nacional, buscando entender quais elementos participam deste processo na visão de Wilson Cano. No terceiro e último momento iremos concluir a proposta de Cano e as contraposições de outros autores. Podemos concluir que Wilson Cano direciona um modelo de análise histórico-estrutural que responde os desequilíbrios metropolitanos do presente, a exemplo da política de integração nacional que privilegia uma região em detrimento de outras, corroborando para a criação de núcleos econômicos que não atendem a totalidade do país.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Allan Barbosa Moreira, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Possui graduação em Políticas Públicas pela Universidade Federal Fluminense (em 2018). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas (PPGDT/UFRRJ). Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais (PPEUR/UFRN) com período sanduíche pelo Programa em Ciências Sociais do Colegio de Jalisco (LEMET/COLJAL) e Pesquisador pelo Observatório das Metrópoles - Núcleo Natal.

Referências

Brasil. (1973). Lei Complementar n. 14, de 8 de junho de 1973. Estabelece normas de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Diário Oficial da União, Brasília, DF.

Brasil. (2001). Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001. Institui o Estatuto da Cidade e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF.

Brasil. (2015). Lei n. 13.089, de 12 de janeiro de 2015. Institui o Estatuto da Metrópole e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF.

Cano, W. (1988). Subsídios para reformulação das políticas de descentralização industrial. A interiorização do desenvolvimento econômico no Estado de São Paulo, 1920-1980. São Paulo, 1(1), 111-131.

Cano, W. (1998a). Raízes da concentração industrial em São Paulo. 4ª ed. Campinas: UNICAMP.

Cano, W. (1998b). Desequilíbrios regionais e concentração industrial no Brasil. 2ª ed. Campinas: UNICAMP.

Cano, W. (2001). Seminário ANPUR "Regiões e Cidades, Cidades nas Regiões". Universidade de Campinas. São Paulo.

Cano, W. (2011a). Ensaios sobre a crise urbana do Brasil. Campinas-SP: Editora da Unicamp.

Cano, W. (2011b). Novas determinações sobre as questões reginal e urbana após 1980. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, Brasil, 27-53.

Clementino, M. do L. M., & Almeida, L. de S. B. (Orgs.). (2021). Governança de regiões metropolitanas: contribuições à luz do Estatuto da Metrópole (1ª ed.). Rio de Janeiro: Letra Capital: Observatório das Metrópoles.

Clementino, M. D. L. (2021). Economia regional e a produção do urbano crítico: lições de Wilson Cano. Economia e Sociedade, 30, 739-760.

Furtado, C. (1961). Formação Econômica do Brasil. [S.l.]: [s.n.].

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2020). Revisão das Regiões Metropolitanas após a Lei Complementar n. 426, de 3 de abril de 2020. Rio de Janeiro: IBGE.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2021). Dados estatísticos sobre as regiões metropolitanas do Brasil. Recuperado de [Regiões Metropolitanas, Aglomerações Urbanas e Regiões Integradas de Desenvolvimento | IBGE.]

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2022). Pesquisa de Informações Básicas Municipais - MUNIC 2022. Rio de Janeiro: IBGE.

Lencioni, S. (2017). Metrópole, metropolização e regionalização. Rio de Janeiro: Consequencia.

Oliveira, F. D. (2003). Crítica à razão dualista, O ornitorrinco. 1ª ed. São Paulo: Boitempo.

Olivera, F. D. (1977). Elegia para uma Re(li)gião. [S.l.]: [s.n.].

Rosa Moura & Freitas-Firkowski (2021). Espaços Metropolitanos, processos, configuraçoes, metodologias e perspectivas emergentes. São Paulo: Letra Capital.

Santos. (2021). Wilson Cano: A questão regional e urbana no Brasil. São Paulo: Editora Expressão Popular.

Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste. (2017). Resolução n. 115, de 23 de novembro de 2017. Define os municípios que compõem a região Semiárida do Brasil. Diário Oficial da União, Brasília, DF.
Publicado
2025-06-27
Como Citar
Moreira, A. B. (2025). Evolução das metrópoles brasileiras: . Revista Espaço Acadêmico, 25(248), 105-116. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/72975