O valor sagrado do trabalho em Hesíodo

  • Renato Nunes Bittencourt PPGF-UFRJ
Palavras-chave: Hesíodo, Trabalho, Justa Medida, Dignidade, Honestidade.

Resumo

Neste texto realizamos uma interpretação acerca do valor ético do trabalho como um modo do ser humano desenvolver em termos práticos a prédica helênica da justa medida, de tal forma que o homem agrade aos olhares divinos. Nessas condições, o trabalho, longe de colocar o ser humano numa situação de inferioridade diante da classe guerreira, concede-lhe a dignidade existencial, sobretudo se o homem respeita as suas posses sem fazer uso de artifícios desonestos para obter favores especiais dos legisladores, em troca de desmedidos e egoístas favorecimentos pessoais. Para Hesíodo, o trabalho não é apenas o meio justo de se conseguir riqueza, mas também o processo que granjeia a estima dos deuses através do esforço dispendido nas atividades cotidianas, enquanto que o ato de não trabalhar torna-se algo aviltante e motivo de vergonha. O cultivo da terra é a melhor maneira do ser humano se manter em estado de equilíbrio, mediante a compreensão do tempo conveniente para o cultivo de cada gênero.

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Biografia do Autor

Renato Nunes Bittencourt, PPGF-UFRJ
Doutorando em Filosofia do PPGF-UFRJ/Bolsista do CNPq
Publicado
2010-05-06
Como Citar
Bittencourt, R. N. (2010). O valor sagrado do trabalho em Hesíodo. Revista Espaço Acadêmico, 10(109), 80-88. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/9186