Mário Alves, o guerreiro da grande batalha

  • Otto José Mattos Filgueiras jornalista profissional
Palavras-chave: Mário Alves, PCBR, política, história do marxismo no Brasil,

Resumo

Foi no verão de 1970 que tudo aconteceu. Os dias eram mais longos e as noites demoravam a chegar. Naquele 16 de janeiro os ponteiros do relógio marcavam oito horas da noite e ainda restava uma frestinha de sol no horizonte. As pessoas movimentavam-se preguiçosas nas ruas do Rio de Janeiro, para lá e para cá, como se fossem a lugar nenhum. No meio do povo, um homem determinado fazia a última caminhada de sua vida. Ao sair de casa, no bairro da Abolição, subúrbio carioca, o jornalista Mário Alves sabia do risco e ainda assim não hesitou. Por precaução, ele deixou com sua mulher, Dilma Borges, a pasta que sempre carregava e todos os documentos pessoais. Nem a falsa carteira de identidade ele levou. Dilma ficou também com o gostinho de um beijo carinhoso e um sorriso. Olhos perdidos na distância, a mulher viu seu homem partir em direção ao bairro de Cascadura. Carregava na bagagem apenas a sua coragem.

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Biografia do Autor

Otto José Mattos Filgueiras, jornalista profissional

Cursou a Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero, em São Paulo, é jornalista profissional desde 1975, quando organizou o semário alternativo ABCD Jornal, em São Bernardo do Campo (SP). Trabalhou nos jornais Em Tempo, Movimento e outras publicações. Há oito anos prepara um livro sobre a organização de esquerda Ação Popular, baseado em mais de 200 entrevistas com ex-militantes e ex-dirigentes da organização, em pesquisas da história oral, mas principalmente da história documental.

Como Citar
Filgueiras, O. J. M. (1). Mário Alves, o guerreiro da grande batalha. Revista Espaço Acadêmico, 9(106), 102-125. Recuperado de https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/9458