PARQUES URBANOS EM ALAGOAS: CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE NO ÂMBITO DA PRODUÇÃO DO ESPAÇO
Abstract
Nas cidades, os espaços de vegetação são difundidos e comumente compreendidos como necessários ao bem-estar de todos, no entanto, se caracterizam também como elementos que diferenciam parcelas do espaço urbano e contribuem para a segregação socioespacial. Dentre o conjunto dos “espaços verdes”, destacamos nesta análise os parques urbanos do Estado de Alagoas, em especial os das cidades de Arapiraca e Maceió, que têm características diferenciadas. Caracterizamos e compreendemos os parques quanto aos seus usos, funções e potencialidades, subsidiados pela metodologia proposta por Gomes (2005). Realizamos levantamentos bibliográficos, pesquisas de campo, consultas aos órgãos públicos, entrevistas aos usuários dos parques etc. Entre outros resultados, foi constatado que os parques em Alagoas não são implantados segundo as necessidades das comunidades aonde se localizam. Circunscrevem-se no âmbito de interesses políticos específicos, alheios à consulta e interesse públicos. São espaços cuja infraestrutura e vegetação varia em função das características do bairro e perfil socioeconômico da população, apresentando-se desprovidos de atrativos quando se situam nas áreas mais carentes. Concluímos, portanto, que os parques urbanos em Alagoas não cumprem efetivamente as funções para as quais, no discurso oficial, foram criados. Distribuem-se irregularmente no espaço urbano, apresentam inúmeras deficiências em infraestrutura e têm pouca associação com os elementos da natureza, compondo-se, em geral, parte decorativa dos projetos, o que contradiz a reverência ao “verde” e à natureza, imputada pelo poder público.