CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA PESQUISA EDUCACIONAL BRASILEIRA E DAS INVESTIGAÇÕES DE TIPO ETNOGRÁFICO E SUA RELAÇÃO COM A GEOGRAFIA
Resumen
A origem da etnografia remonta à Idade Média com investigações interpretativas dos modos de vida de diferentes grupos sociais. A descrição de tipo etnográfica aparece principalmente na época das Grandes Navegações, do século XV até o século XVII. Os antropólogos denominaram de etnografia a descrição monográfica dos modos de vida dos povos. De modo geral, o que define a etnografia é o esforço intelectual do pesquisador em produzir descrições densas, que é um esforço de registro da experiência vivida das pessoas e um exercício pertinaz de interpretar uma cultura, buscando compreender pelo descrever, não tanto pelo explicar. No campo da educação, na década de 1970, essa metodologia etnográfica passou a ser empregada nas pesquisas de processos educacionais de diversos países, como EUA e Inglaterra. Os estudos etnográficos chegaram ao Brasil por volta da década de 1980, sofrendo influência de trabalhos realizados principalmente no México. Na década de 1990, a publicação de artigos sobre etnografia educacional aumentou consideravelmente. Para alguns autores, o objetivo maior da etnografia educacional é propor constantes estudos comparativos para construir melhores interpretações de processos educacionais e de fenômenos relativos à aprendizagem. Ao abordar questões do cotidiano escolar, que envolvam a organização do trabalho pedagógico, acredita-se que a pesquisa etnográfica possa contribuir para a discussão de diversos fatores determinantes para as relações cotidianas da escola. Nesse sentido, realizou-se o presente trabalho com o intuito de apresentar diferentes abordagens a respeito de pesquisas de tipo etnográfico no campo da educação.