A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA:
CORDIALIDADE E PATRIMONIALISMO VERSUS ELITISMO E ESCRAVIDÃO
Resumo
A política é expressiva para a construção da espacialidade, por meio dela é possível, a partir da democracia representativa, estabelecer um vínculo entre os cidadãos e a gestão do território no qual vivem. Este artigo delimitou uma crítica à lógica do patrimonialismo enquanto origem da corrupção e das problemáticas socioeconômicas do país. Entende-se que essa forma de situar o próprio povo não abrange a gênese dos reais motivos que explicam a desigualdade do país. Esse meio de pensar a nação estabelece uma corrupção generalizada, dada como particularmente brasileira, que derivaria do colonialismo português e reverberaria intensamente na massa populacional do país. Essa muitas vezes interpretada como aquela do “jeitinho brasileiro”, a qual acolhe com receptividade os enviesamentos no entorno da legislação, sendo, nesse sentido, cordial com todo o tipo de desvio de conduta. Esta análise é realizada a partir de revisão bibliográfica pautada no materialismo histórico dialético que, por meio de um resgate ao passado estabelece diferentes antíteses para se chegar uma síntese. Por fim, salienta-se que como resultado estabeleceu-se que a ideia de patrimonialismo como um fator genético da corrupção e pressuposto problemático no caso brasileiro é uma retórica permeada por equívocos, conforme se estabelece no decorrer do trabalho.