Cidades: Breves discussões teóricas sobre seus contextos sociais, educativos e ambientais
Resumo
Este artigo pretende fazer uma discussão teórica sobre os efeitos da globalização e da modernidade nas áreas urbanas sob diferentes aspectos: sociais, educativos e ambientais. As discussões teóricas se pautam no modelo de sociedade originado da globalização, modelo este, baseado no consumo de mercadorias e de espaços urbanos. Esses diversos consumos levam as pessoas a tornarem-se consumidores de ilusões, as ruas uma vitrine e a mercadoria espetáculo. Quando isso ocorre em áreas urbanizadas, acontece uma constante mudança de valores onde o ter é expressamente mais importante que o ser, levando à sociedade entrar em crises culturais e de identidade favorecendo os conflitos, a exclusão e o preconceito. Com base nessas questões e entendendo que o consumo dos espaços urbanos são diferenciados de acordo com a classe social da população, percebe-se que os problemas ambientais afetam sobremaneira as áreas de periferia, onde a população pobre foi excluída. Contudo, são evidentes que nas áreas mais nobres, onde os ricos se auto-segregam também existem problemas ambientais, no entanto, são mascarados, camuflados para a beleza artificial da imagem, a qual se tornando espetáculo transforma os habitantes em consumidores de ilusão. Frente a essas afirmações concebe-se o papel fundamental das cidades no processo de ensino-aprendizagem, pois as áreas urbanas além de possuir mecanismos que educam (símbolos, sinais, legislação, espacialidade, etc.) podem se tornar objetos de estudo e fazer parte de conteúdos escolares, especialmente da Geografia. Através do esclarecimento do potencial educativo das cidades, este trabalho fará, de forma sucinta, uma relação teórica com o Projeto Educativo de Cidade proposto pela cidade de Barcelona, na Espanha, e com teorias de cidades educadoras propostas por cientistas brasileiros com vistas à construção de cidadania.