Dificuldade na noção lógica de conservação de quantidade no estágio pré-operatório
Resumo
O artigo aborda a dificuldade na noção lógica de conservação de quantidade da criança, no estágio pré-operatório. Retoma essa análise presente na investigação de Piaget e Szeminska (1975). Argumenta que, a partir da abordagem lógica do sentido e da referência em Frege (1892), verificamos uma aproximação entre essa abordagem e a análise de Piaget e Szeminska e pensamos que a criança com acesso à noção lógica de conservação de quantidade se encontra sob o primado da referência. Ademais, argumenta que Lacan (1971), a partir da abordagem de Frege, reivindica que a referência é fálica e, nessa direção, podemos pensar que a referida criança, quando aprende a conservar quantidade, está sob o primado da referência fálica que diz da operacionalidade da função paterna. Propõe, nessa direção, que o argumento apresentado por Lacan contribui para a compreensão dessa dificuldade detectada por Piaget.
Downloads
Referências
Becker, F. (2013). Sujeito do conhecimento e ensino de matemática. Schème Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas, 5 (Edição Especial), 65-86.
Becker, P. (2010). A Economia do Gozo. Rio de Janeiro: Garamond.
Carmo, J. S. & Simionato, A. M. (2012). Reversão de ansiedade à matemática: alguns dados da literatura. Revista Psicologia em Estudo, 17 (2), 317-327.
Correa, C. R. G. L. & Pinheiro, G. S. (2013). Período de latência e tempo para compreender nas aprendizagens. Revista Psicologia em Estudo, 18 (1), 61-69.
Corso, L. V. & Dorneles, B. V. (2010). Senso numérico e dificuldades de aprendizagem na matemática. Revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia, 27(83), 298-309.
Dummett, M. (1973a). Sense and Reference. In M. Dummett, Frege: philosophy of language. (pp.81-109). Cambridge: Harvard University Press.
Dummett, M. (1973b). Some Theses of Frege’s on Sense and Reference. In M. Dummett, Frege: philosophy of language. (pp.152-203). Cambridge: Harvard University Press.
Duro, M. L. & Cenci, D. (2013). Linguagem matemática nos anos iniciais: a construção do número segundo Piaget. Tear: Revista de Educação, Ciência e Tecnologia, 2 (1), 1-14.
Frege, G. (1978a). Sobre o sentido e a referência. In G. Frege, Lógica e Filosofia da Linguagem (P. Alcoforado, trad., pp.59-86). São Paulo: Editora Cultrix. (Trabalho original publicado em 1892).
Frege, G. (1978b). Função e conceito. In G. Frege, Lógica e Filosofia da Linguagem (P. Alcoforado, trad., pp.33-57). São Paulo: Editora Cultrix. (Trabalho original publicado em 1891).
Freud, S. (1996a). Totem e tabu. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., Vol.13, pp.13-162). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1913).
Freud, S. (1996b) Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, trad., Vol.7, pp.118-229). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1905).
Lacan, J. (1988). O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, 1964 (M. D. Magno, trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Lacan, J. (2009). O seminário, livro 18: de um discurso que não fosse semblante, 1971 (M. D. Magno, trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Lacan, J. (1996). O seminário, livro 20: mais, ainda, 1972-73 (M.D. Magno, trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Lacan, J. (1998). A significação do falo, 1956. Escritos (V.Ribeiro, trad., pp.692-703). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Lajonquière, L. (1992). De Piaget a Freud para repensar as aprendizagens. Petrópolis: Editora Vozes.
Marcos, C. M. (2011). Considerações sobre o feminino e o real na psicanálise. Revista Psicologia em Estudo, 16 (1), 149-156.
Nogueira, C. M. I. (2006). Definição de número: uma hipótese sobre a hipótese de Piaget. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 87 (216), 135-144.
Nogueira, C. M. I. (2011). Pesquisas atuais sobre a construção do conceito de número: para além de Piaget? Educar em Revista, n.Especial, 109-124.
Piaget, J. (1954). Lês relations entre l’affectivité et l’intelligence dans Le développement mental de l’enfant. Paris: CDU.
Piaget, J. & Szeminska, A. (1975). A gênese do número na criança. Rio de Janeiro: Zahar editores/Mec.
Pisetta, M. A. M. & Besset, V. L. (2011). Alienação e separação: elementos para discussão de um caso clínico. Revista Psicologia em Estudo, 16 (2), 317-324.
Queiroz, S. S.; Macedo, L.; Alves, A. D.; Garioli, D. S. (2009). Afetividade, cognição e conduta na prova operatória de seriação. Schème Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas, 2(3), 295-316.
Rangel, A. C. S.. (1992). Educação matemática e a construção do número pela criança: uma experiência em diferentes contextos sócio-econômicos. Porto Alegre: Artes Médicas.
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.







