CUIDADOS E ATENÇÃO EM SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

  • Rafael De Tilio Departamento de Psicologia Universidade Federal do Triângulo Mineiro
  • Juliana de Oliveira Departamento de Psicologia Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Palavras-chave: Sem-teto, políticas públicas, promoção da saúde.

Resumo

Este estudo objetivou compreender quais são as principais dificuldades e estratégias apontadas por pessoas em situação de rua relacionadas às suas práticas e às políticas públicas de cuidados em saúde, averiguando se atendem de forma efetiva às suas demandas. Trata-se de estudo qualitativo, exploratório e transversal. Os participantes (duas mulheres e quatro homens) têm idade média de 38 anos, estão na rua em média há 16 anos e participaram voluntariamente da pesquisa. Os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais e analisados por meio da análise de conteúdo temática. Os principais resultados apontam que os entrevistados apresentam várias necessidades não contempladas de cuidado em saúde tendo em vista a precariedade do ambiente que estão inseridos; além disso, eles demandam um espaço de escuta atenta e qualificada para suas necessidades e desamparos sociais, materiais e subjetivos. Portanto, nota-se a importância de estabelecer e/ou aprimorar espaços e serviços de saúde como o Consultório na Rua que viabilizem de forma mais satisfatória o cuidado em saúde na cidade de Uberaba-MG levando em consideração as particularidades dessa população.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafael De Tilio, Departamento de Psicologia Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Departamento de Psicologia

Referências

Aguiar, M. M., & Iriart, J. A. B. (2012). Significados e práticas de saúde e doença entre a população em situação de rua em Salvador. Caderno de Saúde Pública, 28(1),115-124.

Ayres, J. R. C. M. (2004). O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde. Saúde e Sociedade, 13(3), 16-29.

Bacellar, A., Rocha, J. S. X., & Flôr, M. S. (2012). Abordagem centrada na pessoa e políticas públicas de saúde brasileiras do século XXI: uma aproximação possível. Revista NUFEN, 4(1), 127-140.

Bardin, L. (2010). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Brasil. Ministério da Saúde. (1990). Secretaria nacional de assistência à saúde. ABC do SUS - Doutrinas e princípios. Brasília. Recuperado em 2 de fevereiro, 2013, de http://www.pbh.gov.br/smsa/bibliografia/abc_do_sus_doutrinas_e_principios.pdf

Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome. (2008). Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Pesquisa Nacional sobre a população em situação de rua. Brasília. Recuperado em 11 de setembro, 2013, de http://projetorua.gempo.com.br/wp-content/uploads/2013/06/Pol%C3%ADtica-nacional-para-inclus%C3%A3o-social-da-popula%C3%A7%C3%A3o-em-situa%C3%A7%C3%A3o-de-rua.pdf

Brasil. Ministério da Saúde. (2012). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual sobre o cuidado à saúde junto a população em situação de rua. Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado em 8 de fevereiro, 2014, de http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/manual_cuidado_populalcao_rua.pdf

Chauí, M. (2012). O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense.

Da Matta, R. A (2004). O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro: ROCCO.

Dantas, M. (2007). Construção de políticas públicas para população em Situação de rua no município do rio de janeiro: Limites, avanços e desafios. Dissertação de Mestrado Não Publicada, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.

Escorel, S. (2006). Vidas ao léu: trajetórias de exclusão social. Rio de Janeiro: Fiocruz.

Fleury, S. (2011). Desigualdades injustas: o contradireito à saúde. Psicologia & Sociedade, 23, 45-52.

Fontanella, B. J. B., Luchesi, B. M., Saidel, M. G. B., Ricas, J., Turato, E. R. & Melo, D. G. (2011). Amostra em pesquisas qualitativas: propostas de procedimentos para constatar saturação teórica. Cad. Saúde Pública, 27(2): 389-394.

Graeff, L. (2012). Corpos precários, desrespeito e autoestima: o caso de moradores de rua de Paris/FR. Psicologia USP, 23(4), 757-775.

Hallais, J. A. da S. & Barros, N. F. de (2015). Consultório na rua: visibilidades, invisibilidades e hipervisibilidade. Cad. Saúde Pública, 31(7), 1497-1504

Londero, M. F. P.; Ceccim, R. B.; & Bilibio, L. F. S. (2014). Consultório de/na rua: desafios para um cuidado em verso na saúde. Interface, 18(49), 251-260

Lovisi, G. M. (2000). Avaliação de distúrbios mentais em moradores de albergues públicos do Rio de Janeiro e de Niterói. Tese de Doutorado Não Publicada, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.

Magni, C.T. (2006). Nomadismo urbano. Santa Cruz do Sul: EDUNISC.

Moscovivi, S. (2012). O fenômeno das representações sociais. In: S. Moscovici. Representações sociais: investigações em Psicologia Social (pp.9-91). Petrópolis: Vozes.

Nascimento, A. B. (2006). Uma visão crítica das políticas de descriminalização e patologização do usuário de droga. Psicologia em Estudo, 11(1), 185-190.

Pereira, T. T. S. O., Augusto, M. C. N. A., & Barros, M. N. S. (2011). O Cuidado em Saúde: o Paradigma Biopsicossocial e a Subjetividade em Foco. Mental, 9(17), 523-536.

Queiroz, D. T., Vall, J., Souza, A. M. A., & Vieira, N. F. C. (2007). Observação participante na pesquisa qualitativa: conceitos e aplicações na área da saúde. Revista de Enfermagem da UERG, 15(2), 276-83.

Rosa, A. S., Cavicchioli, M. G., & Brêtas, A.C. (2005). O processo saúde-doença-cuidado e a população em situação de rua. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 13(4), 576-582.

Rosa, A. S., Secco, M. G., & Brêtas, A. C. P. (2006). O cuidado em situação de rua: revendo o significado do processo saúde-doença. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 59(3): 331-336.

Sá Junior, L. S. M. (2004). Desconstruindo a definição de saúde. Jornal do Conselho Federal de Medicina (CFM), 15-16. Recuperado em 10 de Novembro, 2014, de http://www.portalmedico.org.br/index.asp?opcao=bibliotecaJornalJulAgoSet2004

Schuch, P. (2007). Aproximações com as pessoas em situação de rua. In: Relatório I de Pesquisa: Cadastro de Adultos em Situação de Rua e Estudo do Mundo da População Adulta em Situação de Rua de Porto Alegre/RS (pp. 1-67). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Souza, C. A., Fortini, P. F., & Domingues, A. R. D. (2010). Vozes da rua: um relato de experiência. Recuperado em 5 de agosto, 2014, de http://newpsi.bvs-psi.org.br/tcc/PRISCILA-FORTINI.pdf

Varanda, W., & Adorno, R. C. F. (2004). Descartáveis urbanos: discutindo a complexidade da população de rua e o desafio para políticas de saúde. Saúde e sociedade, 13(1), 56-69.

Wurdig, K. K., & Motta, R. F. (2014). Representações Midiáticas da Internação Compulsória de Usuários de Drogas. Temas em Psicologia, 22(2), 433-444.

Publicado
2016-07-12
Como Citar
De Tilio, R., & Oliveira, J. de. (2016). CUIDADOS E ATENÇÃO EM SAÚDE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA. Psicologia Em Estudo, 21(1), 101-113. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v21i1.27142
Seção
Artigos originais

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus