Correlatos dos comportamentos antissociais limitados a adolescencia e dos comportamentos antissociais persistentes
Resumo
Os comportamentos antissociais podem ser categorizados como persistentes (quando iniciam na infância e tendem a prosseguir até a fase adulta) e transitórios (quando se encontram restritos a uma fase do desenvolvimento, em geral a adolescência). Nesse sentido, o objetivo principal deste trabalho é revisar estudos que apresentam evidências empíricas da pertinência do modelo tipológico de Moffitt (1993), cuja análise pode oferecer elementos que possibilitem diferenciar os comportamentos antissociais transitórios dos persistentes. A busca foi realizada na base de dados PsycINFO, em que foram recuperados 162 trabalhos, dentre os quais 14 fizeram parte deste estudo. Os achados sugerem que falta de maturidade, especialmente junto aos pares, disparidade entre o crescimento corporal e maturidade psicológica e social são fenômenos que podem impulsionar comportamentos antissociais transitórios na adolescência. Já os comportamentos antissociais persistentes têm sua origem na infância devido a múltiplas variáveis que podem contribuir para a produção desses comportamentos (violência familiar, problemas escolares, neurológicos, etc). Acredita-se que quanto mais cedo os comportamentos antissociais persistentes são identificados, maiores são as chances de sucesso nas ações e intervenções terapêuticas.
Downloads
Referências
American Psychiatric Association (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders, 5th ed. Arlington, VA: American: Psychiatric Publishing.
Bordin, I. A., & Offord, D. R. (2000). Transtorno da conduta e comportamento anti-social. Revista Brasileira de Psiquiatria, 22, 12-15. doi:10.1590/S1516-44462000000600004
Borsa, J. C., Pacheco, J. T., & Hauck Filho, N. (2013). Transtorno da Personalidade Antissocial: etiologia e fatores de risco. In L. F. Carvalho & R. Primi (Eds.), Perspectivas em psicologia dos transtornos da personalidade: implicações teóricas e práticas (cap. 24). São Paulo, SP: Casa do Psicólogo.
Brasil (2013). Presidência da República. Secretaria de Direitos Humanos (SDH). Levantamento Anual dos Adolescentes em Conflito com a Lei - 2012. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Brasília.
Brasil (1990) Estatuto da Criança e do Adolescente. Promulgado em 13 de julho de 1990.
Boutwell, B. B., & Beaver, K. M. (2008). A biosocial explanation of delinquency abstention. Criminal Behaviour and Mental Health, 18, 59-74. doi:10.1002/cbm.678
Burt, S. A., & Mikolajewski, A. J. (2008). Preliminary evidence that specific candidate genes are associated with adolescent-onset antisocial behavior. Aggressive Behavior, 34(4), 437-45. doi:10.1002/ab.20251
De Boer, S. B. B., van Oort, F. V. A., Donker, M. C. H., Verheij, F., & Boon, A. E. (2013). Characteristics of adolescent psychiatric inpatients with early-onset and adolescent-onset disruptive behavior. The International Journal of Forensic Mental Health, Vol. 12(1), 14-25. doi: 10.1080/14999013.2012.760183
Fairchild, G., Van Goozen, S. H. M., Calder, A. J., Stollery, S. J., & Goodyer, I. M. (2009). Deficits in facial expression recognition in male adolescents with early-onset or adolescence-onset conduct disorder. Journal of Child Psychology and Psychiatry, Vol. 50(5), 627-636. doi: 10.1111/j.1469-7610.2008.02020.x
Hein, A. (2004). Factores de riesgo y delincuencia juvenil: Revisión de la literatura nacional e internacional. Santiago: Fundación Paz Ciudadana.
Hoffmann, J. P. (2010). A life-course perspective on stress, delinquency, and young adult crime. American Journal of Criminal Justice, Vol. 35(3), 105-120. doi: 10.1007/s12103-010-9072-4
Lynne-Landsman, S. D., Graber, J. A., Nichols, T. R., & Botvin, G. J. (2011).Trajectories of aggression, delinquency, and substance use across middle school among urban, minority adolescents. Aggressive Behavior, Vol. 37(2), 161-176. doi: 10.1080/14999013.2012.760183
McCrory, E., Hickey, N., Farmer, E., & Vizard, E. (2008). Early-onset sexually harmful behaviour in childhood: A marker for life-course persistent antisocial behaviour? Journal of Forensic Psychiatry & Psychology, Vol. 19(3), 382-395. doi: 10.1080/14789940802159371
Moffit, T. E. (1993). Adolescence-limited and life course persistent antisocial behavior: A developmental taxonomy. Psychologycal Review, 100(4), 674-701.
Najman, J. M., Clavarino, A., McGee, T. R., Bor, W., Williams, G. M., & Hayatbakhsh, M. R. (2010). Journal Article Antisocial behaviour across the life course: An examination of the effects of early onset desistence and early onset persistent antisocial behaviour in adulthood. Australian Journal of Psychology, Vol 63(1), 44-55. doi: 10.1111/j.1742-9536.2011.00006.x
Niemelä, S., Sourander, A., Elonheimo, H., Poikolainen, K., Wu, P., Helenius, H., Piha, J., Kumpulainen, K. Moilanen, I., Tamminen, T., & Almqvist, F. (2008). What predicts illicit drug use versus police-registered drug offending? Findings from the Finnish "From a Boy to a Man" birth cohort study. Social Psychiatry and psychiatric epidemiology, 42(6), 477-484. doi: 10.1007/s00127-008-0361-x
Parker, J. S., & Morton, T. L. (2009). Distinguishing between early and late onset delinquents: Race, income, verbal intelligence and impulsivity. North American Journal of Psychology, Vol. 11(2), 273-284.
Patterson, G., Reid, J., & Dishion, T. (1992). Antisocial boys. Eugene: Castalia.
Pereira, M. E., Modesto, J. G., & Matos, M. D. (2012). Em direção a uma nova definição de estereótipos: teste empírico do modelo num primeiro cenário experimental. Psicologia e Saber Social, 1(2), 201-220.
Raine, A., Moffitt, T. E., Caspi, A., Loeber, R., Stouthamer-Loeber, M., & Lynam, D. (2005). Neurocognitive impairments in boys on the life-course persistent antisocial path. Journal of Abnormal Psychology, 114(1), 38-49. doi:10.1037/0021-843X.114.1.38
Rocha, M.C. O. (2011). Estudo das condutas antissociais e delitivas e esquemas de personalidade numa amostra de presidiários. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Uberlândia. Minas Gerais.
Roisman, G. I., Monahan, K.C., Campbell, S. B., Steinberg, L., & Cauffman, E. (2010). Is adolescence-onset antisocial behavior developmentally normative? Development and Psychopathology. Vol. 22(2), 295-311. doi: 10.1017/S0954579410000076
Sakai, J.T., Lessem, J. M., Haberstick, B. C., Hopfer, C.J. Smolen, A., Ehringer, M. A.,Timberlake, D., & Hewitt, J. K. (2007). Case-control and within-family tests for association between 5HTTLPR and conduct problems in a longitudinal adolescent sample. Psychiatric Genetics, 17(4), 207-214. doi:10.1097/YPG.0b013e32809913c8
Sampaio, R. F, & Mancini, M. C. (2007) Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Revista Brasileira Fisioterapia, 11(1), 83-9. doi:org/10.1590/S1413-35552007000100013
Schenker, M. & Minayo, M. C. S. (2003). Implicação da família no uso abusivo de drogas: uma revisão crítica. Ciência e Saúde Coletiva, 8(1), 299-306. doi:org/10.1590/S1413-81232003000100022
Senna, S. R. C. M., & Dessen, M. A. (2012). Contribuições das teorias do desenvolvimento humano para a concepção contemporânea da adolescência. Psicologia: Teoria & Pesquisa, 28(1), 101-108.
Silberg, J. L., Rutter, M., Tracy, K., Maes, H. H., & Eaves, L. (2007). Etiological heterogeneity in the development of antisocial behavior: the Virginia Twin Study of Adolescent Behavioral Development and the Young Adult Follow-Up. Psychological Medicine, 37(8), 193-202. doi:10.1017/S0033291707000293
Stattin, H., Kerr, M., & Bergman, L. R. (2010).On the utility of Moffitt’s typology trajectories in long-term perspective. European Journal of Criminology, 7(6), 521-545. doi:10.1177/1477370810376573
Wanner, B., Vitaro, F., Ladouceur, R., Brendgen, M., & Tremblay, R. E. (2006). Joint trajectories of gambling, alcohol and marijuana use during adolescence: a person- and variable-centered developmental approach. Addictive Behaviors, 31(4), 566-80. doi:10.1016/j.addbeh.2005.05.037
World Health Organization (2010). Adolescent job aid: a handy desk reference tool for primary level health workers. Retrieved in February 1, 2015, from http://whqlibdoc.who.int/publications/2010/9789241599962_eng.pdf
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.







