CAPACIDADE DE MENTALIZAÇÃO MATERNA E PREMATURIDADE: REPERCUSSÕES DE UMA INTERVENÇÃO EM UTIN
Resumo
As interações mãe-bebê e suas repercussões na construção do psiquismo são abordadas pela Teoria do Apego, destacando-se a capacidade de mentalização materna como determinante na formação de um apego seguro. Este estudo objetivou compreender como uma intervenção psicoterápica, realizada com duplas mãe-bebê prematuro, durante a internação em UTIN, repercute na capacidade de mentalização materna, mediante pesquisa qualitativa de intervenção, exploratória e descritiva, de estudo de casos múltiplos, com avaliações antes e após a intervenção. Participaram duas díades mãe-bebê prematuro, internado em UTIN. Utilizaram-se como instrumentos antes da intervenção ficha de dados sociodemográficos e clínicos, entrevista de história de vida da mãe; e, após, entrevista de história da internação. Analisaram-se os dados por meio de dois eixos temáticos: a) Representações maternas sobre si mesma; b) Representações maternas sobre o bebê. Verificaram-se mudanças na capacidade de mentalização materna, o que favoreceu o vínculo mãe-bebê e a possível aplicação de intervenções voltadas às relações iniciais mãe-bebê prematuro em UTIN.
Downloads
Referências
Anjos, L.S., Lemos, D.M., Antunes, L. A., Andrade, J.M.O., Nascimento, W.D.M., & Caldeira, A. P. (2012). Percepções maternas sobre o nascimento de um filho prematuro e cuidados após a alta. Rev. Bras.Enferm., 65(4), 571-577.
Bateman, A. & Fonagy, P. (2006). Mentalization-based treatment for borderline personalyty disorder: a practical guide. Oxford, Reino Unido: Oxford University Press.
Bondía, J. L. (2002). Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, (19), 20–28.
Cabral, S.A.; Levandowski, D.C. (2011). Representações maternas de mães adultas: relato clínico a partir da Entrevista R. Psicol. Clín.,23 (2), 37 – 52.
Camarneiro, A. P. F., Alves, C.A.N., Ferreira, A.P.C., & Gomes, A.I.F. (2015). Interação mãe-bebé prematuro numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. Acta Paediatrica, 40 (2), 53–57.
Cohen, N., Muir, E., & Lojkasek, M. (1999). Watch, wait, and wonder: Testing the effectiveness of a new approach to mother-infant psychotherapy. Infant Mental Health Journal, 20(4), 429–451. Recuperado em 01 de agosto, de 2014, de http://sundspsykologerna.se/files/Cohen-et-al-1999-WWW.testing-the-effectiveness-IMHjournal.pdf
Caron, N.A.; Lopes, R. de C. S. (2014). Aprendendo com as mães e os bebês: sobre a natureza humana e a técnica analítica. Porto Alegre, Brasil: Dublinense.
Dalbem, J. X., & Dalbosco, D. D. (2005). Teoria do apego: bases conceituais e desenvolvimento dos modelos internos de funcionamento. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 57(1), 12–24.
Eizirik, M., & Fonagy, P. (2015). Terapia de Mentalização. In C.L. Eizirik, & S. Schestatsky. Psicoterapia de Orientação Analítica . 3 ed. (pp.455-464). Porto Alegre: Artmed.
Ensink, K., Fonagy, P., Normandin, L., Berthelot, N., & Biberdzic, M. (2015). O papel protetor da mentalizaçao de experiências traumáticas: implicações quando da entrada na parentalidade. Estilos Clín., 20(1), 76–91.
Faccini, A. (2011). Vínculos afetivos e capacidade de mentalização na alienação parental. Dissertação de mestrado não publicada. Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
Ferraz, F. (2010). A somatização no campo da psicopatologia não-neurótica. Ver. SBPH, 13(2), 27–28.
Fonagy, P. (2001). Attachment theory and psychoanalisis. New York, USA: Other.
Freire, T. C. G., & Charterlard, Daniela, S. (2009). O aborto é uma dor narcísica irreparável ? Revista Mal -Estar e Subjetividade, 9, 1007–1022.
Gil, A. C. (2010). Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo, Brasil: Atlas.
Godinho, T. J.L.C. G. (2015). Contributos para a compreensão do processo de empatia e do seu desenvolvimento. Tese de doutorado não publicada, Programa de Pós graduação em Psicologia, universidade de Évora. Recuperada em 10 de dezembro, de 2015, de http://hdl.handle.net/10174/14535
Gonzáles-Serrano, F., Lasa, A., Hernanz, M., Tapia, X., Torres, M., Castro, C., & Ibañez, B. (2012). Maternal attachment representations and the development of very low birth weight premature infants at two years of age. Infant Mental Health Journal, 33(5), 477–488.
Kupfer, M.C., Bernardino, L.M.F., Mariotto, R.M., & Taulois (2015). Metodologia IRDI nas creches: um acompanhamento do desenvolvimento psíquico na primeira infância. In M.C.
Kupfer & M. Szejer (Orgs). Luzes sobre a clínica e o desenvolvimento de bebês: novas pesquisas, saberes e intervenções (pp. 35 -47). São Paulo, Brasil: Instituto Lagage.
Laznik, M.C., & Burnod, Y. (2015). O ponto de vista dinâmico neuronal sobre as intervenções precoces. In M.C. Kupfer & M. Szejer (Orgs). Luzes sobre a clínica e o desenvolvimento de bebês: novas pesquisas, saberes e intervenções (pp. 17-35). São Paulo, Brasil: Instituto Lagage.
Pinto, E. (2009). O desenvolvimento do comportamento do bebê prematuro no primeiro ano de vida. Psicol Refl. Crít..
Ramires, V. R. R., & Schneider, M. S. (2010). Revisitando alguns conceitos da teoria do apego: comportamento versus representação? Psic.: Teor. e Pesq., 26, 25–33.
Rocha, V., Guerra, M. P., & Maciel, M. J. (2010). Dependência tabágica, assertividade e alexitimia em doentes cardíacos. Paidéia, 20(46), 155–164.
Rosa, R. Da, Martins, F. E., Gasperi, B. L., Monticelli, M., Siebert, E. R. C., & Martins, N. M. (2010). Mãe e filho: os primeiros laços de aproximação. Esc. Anna Nery, 14(1), 105–112.
Silva, A.N., Vasco, A.B, & Watson, J.C. (2013). Quando o cliente pensa que não sente e sente o que não pensa: Alexitimia e psicoterapia. Análise Psicológica , 2 (31), 197-211.
Tong, A., Sainsbury, P., & Craig, J. (2007). Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): A 32-item checklist for interviews and focus groups. International Journal for Quality in Health Care, 19(6), 349–357. Recuperado de 12 de dezembro , de 2015, de http://doi.org/10.1093/intqhc/mzm042
Tuters, E., Doulis, S., & Yabsley, S. (2011). Challengers working with infants and their families: symptoms and meanings-two approaches of infant-parent psychotherapy. Infant Mental Health,, 32(6), 632–649.
Viegas, P.C., Ramires, V. R.R. (2012). Pré-adolescentes em psicoterapia: capacidade de mentalização e divórcio altamente conflitivo dos pais. Estud. Psicol.(Campinas), 29, 841-849.
Zanatta, D., & Benetti, S. (2012). Representação mental e mudança terapêutica : uma contribuição da perspectiva psicanalítica da teoria das relações objetais. Psic.: Teor.e Pesq., 28(1), 93–100.
Yin, R. K. (2005). Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre, Brasil: Bookman
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.