SENTIMENTO MATERNO AO RECEBER UM DIAGNÓSTICO DE MALFORMAÇÃO CONGÊNITA

  • Ana Caroline Reis Medeiros Universidade Estadual de Londrina
  • Bruna Leme de Carvalho Vitorino Universidade Estadual de Londrina
  • Isabella Carolina Spoladori Universidade Estadual de Londrina
  • Jeisibel Camara Maroco Universidade Estadual de Londrina
  • Vera Lucia Menezes da Silva Universidade Estadual de Londrina
  • Maria José Salles Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: Relações mãe-criança, adaptação;, malformação congênita.

Resumo

Este artigo objetiva analisar o sentimento materno ao receber um diagnóstico de malformação congênita do filho nos períodos: pré-natal, nascimento e primeira infância. O estudo foi realizado com mães de filhos com anomalia fetal, por meio de noventa e sete entrevistas, que continham perguntas sobre gravidez e percepção acerca do diagnóstico. Direcionado ao sentimento destacam-se as questões: ‘Como você se sentiu ao receber o diagnóstico?’, ‘Qual o sentimento atual?’, ‘Como encontrou conforto?’. Para compreensão dos dados foi utilizada a análise qualitativa de conteúdo com base numa estrutura de categorias. O diagnóstico de malformação congênita desmitifica as expectativas maternas quanto ao futuro do filho, configurando um cenário de ansiedade, confusão, insegurança e múltiplos medos. O auxílio, seja da equipe multidisciplinar de saúde, religioso ou familiar, é importante para ajudar mães a reduzirem o impacto emocional do diagnóstico, além de auxiliar com as dificuldades iniciais em estabelecer o vínculo com o bebê.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Caroline Reis Medeiros, Universidade Estadual de Londrina
Acadêmica do 4° ano de Medicina, CCB, Universidade Estadual de Londrina
Bruna Leme de Carvalho Vitorino, Universidade Estadual de Londrina
Acadêmica do 5° ano de Medicina, CCB, Universidade Estadual de Londrina
Isabella Carolina Spoladori, Universidade Estadual de Londrina
Acadêmica do 4° ano de Medicina, CCB, Universidade Estadual de Londrina
Jeisibel Camara Maroco, Universidade Estadual de Londrina
Acadêmica do 4° ano de Medicina, CCB, Universidade Estadual de Londrina
Vera Lucia Menezes da Silva, Universidade Estadual de Londrina
Mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, CCB, Universidade Estadual de Londrina
Maria José Salles, Universidade Estadual de Londrina
Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina (1988), mestrado em Genetics - Mcgill University (1993) e doutorado em Ciências Biológicas (Genética) pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é professor assocido da Universidade Estadual de Londrina na área de Embriologia, no Departamento de Biologia Geral. Atua em projetos de pesquisa que visam investigar os efeitos de agentes potencialmente tóxicos sobre a reprodução e desenvolvimento embrionário e fetal, bem como a prevenção da teratogenicidade em roedores

Referências

Antunes, S. C. M., & Patrocínio, C. (2007). A malformação do bebê. Vivências psicológicas do casal. Psicologia, Saúde & Doenças, 8(2), 239-252.

Bardin, L.(2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Benzaquen, G. P. (2002). Suporte psicológico a gestantes portadoras de fetos com diagnóstico de malformação. In: J. H Guilhardi, M. B. B. P Madi, P. P. Queiroz, M. C.Scoz. (Org.). Sobre Comportamento e Cognição: Contribuições para a Construção da Teoria do Comportamento (pp. 113-124). Santo André, SP: ESETec Editores Associados.

Borges, M. M., Pinto, M. J. C., & Mos Vaz, D. C. (2015). Materno fetal e enfrentamento de gestantes frente ao diagnóstico de maldormação. Revista Arquivos De Ciências Da Saúde, 22(2), 27-32. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://www.cienciasdasaude.famerp.br/index.php/racs/article/view/138/58.

Brazelton, T., & Cramer, B. (1992). As primeiras relações. São Paulo: Martins Fontes.

Costa, C., Gama, S., & Leal, M. (2006). Congenital malformations in Rio de Janeiro, Brazil: prevalenceandassociatedfactors. Caderno de Saúde Pública, 22(11), 2423-2431. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2006001100016.

Cunha, A. C. B., Pereira Junior, J. P., Caldeira, C. L. V., & Carneiro, V. M. S. P. (2016). Diagnóstico de malformações congênitas: impactos sobre a saúde mental de gestantes. Estudos de Psicologia (Campinas), 33(4), 601-611. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2016000400601

Drotar, D., Baskiewicz, A., Irvin, N., Kennel, J. & Klaus, M. (1975).The adaptation of parents to the birth of an infant with a congenital malformation: a hypothetical model. Pediatrics, 56(5), 710-717.

Fontoura, F., & Cardoso, M. (2014). Associação das malformações congênitas com variáveis neonatais e maternas em unidades neonatais numa cidade do nordeste brasileiro. Texto & Contexto Enfermagem, 23(4), 907-914. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://www.scielo.br/pdf/tce/v23n4/pt_0104-0707- tce-23- 04-00907.pdf

Gimenes, M. G. G. (1997). A teoria do enfrentamento e suas implicações para sucessos e insucessos em psiconcologia. In: M.G.G. Gimenes & M.H. Fávero (Orgs.), A mulher e o câncer (pp.111-147). Campinas: Editorial Psy.

Gomes, A. G, Marin, A. H., Piccinini, C. A., & Lopes, R. C. S. (2015). Expectativas e sentimentos de gestantes solteiras em relação aos seus bebês. Temas em Psicologia, 23(2), 399-411. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2015000200011

Hiluey, A. A. G. S. (2000). Gravidez de alto risco: expectativas dos pais durante a gestação – uma análise fenomenológica. A Folha Médica, 119 (4), 29-42.

Irvin, N., Kennel, J. & Klaus, M. (1992). Atendimento aos pais de um bebê com malformação congênita. In: Klaus, M. & Kennel, J. Pais/Bebê: a formação do apego (pp. 245-275). Porto Alegre: Artes Médicas.

Maldonado, M. T. (2017). Psicologia da gravidez: gestando pessoas para uma sociedade melhor. São Paulo: Ideias & Letras.

Mendes, C. Q. S., Avena, M. J., Mandetta, M. A., & Balieiro, M. M. F. G. (2015). Prevalência de nascidos vivos com anomalias congênitas no município de São Paulo. Revista Sociedade Brasileira de Enfermagem Pediatrica, 15(1), 7-12. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://www.sobep.org.br/revista/images/stories/pdf-revista/vol15-n1/vol_15_n_2-artigo-de-pesquisa-1.pdf.

Minayo, M., Deslandes, S., & Gomes, R. (2013). Pesquisa social. Petrópolis, RJ: Vozes.

Piccinini, C. A., Gomes, A. G., Moreira, L. E., & Lopes, R. S. (2004). Expectativas e sentimentos da gestante em relação ao seu bebê. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20(3), 223-232. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://www.scielo.br/pdf/ptp/v20n3/a03v20n3.pdf.

Reis, A,T., & Santos, R. S. (2011). Sentimentos de mulheres-mães diante da cirurgia neonatal. Escola Anna Nery, 15(3), 490-496. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://www.scielo.br/pdf/ean/v15n3/a07v15n3.pdf.

Roecker, S., Mai, L., Baggio, S., Mazzola, J., & Marcon, S. (2012). A vivência de mães de bebês com malformação. Escola Anna Nery, 16(1), 17-26.

Santos, M. (2005). El lado obscuro de La maternidad - cuando nace um niño com discapacidad. In: Oiberman, A. (Org.). Nacer y después... Aportes a La psicologia perinatal (pp.193-201). Buenos Aires: JCE Ediciones.

Santos, S., Dias, I., Salimena, A., & Bara, V. (2011). A vivência dos pais de uma criança com malformações congênitas. Revista Mineira De Enfermagem, 15(4), 491-497.

Schorn, M. (2013). Discapacidad, una mirada distinta, una escucha diferente: Reflexiones psicológicas y psicoanalítica. Buenos Aires: Lugar Editorial.

Silva, E. H. P., Girão, E. R. C., & Cunha, A. C. B. (2016). Enfrentamento do pai frente à malformação congênita do filho antes e depois do nascimento. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 16(1), 180-199. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812016000100011&lng=pt&tlng=pt.

Silva L. L. T., Madeira, A. M. F., Oliveira, C. G., Lima, S. C. S, & Campos, T. M. F. (2012). Pais de bebês malformados: um enfoque vivencial. Revista de Enfermagem do Centro Oeste Mineiro, 3(3), 770-779. Recuperado em 27 de junho, 2017 de http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/view/408/523

Silveira, M. M. M., Mota, M. C., Fernandes, T. M, & Teles, G. A. (2015). Do imaginário ao real: O impacto das malformações fetais nas relações parentais. In: Atas do 4º Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa e do 6º Simpósio Internacional de Educação e Comunicação. Aracaju, SE: Universidade Tiradentes.

Sloper, P. and Turner S. (1993) Risk and resistance factors in the adaptation of parents of children with severe physical disability. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 34(2), 167-188.

Tedesco, J. J. (1997). Óbito Fetal e Anomalias Fetais: repercussões emocionais maternas. In: M. Zugaib, J. J. Tedesco, & J. Quayle. Obstetrícia Psicossomática (pp. 216-227). São Paulo: Atheneu.

Vasconcelos, L., & Petean, E. B. L. (2009). O impacto da malformação fetal: indicadores afetivos e estratégias de enfrentamento das gestantes. Psicologia, Saúde & Doenças, 10(1), 69-82. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862009000100006&lng=pt&tlng=pt.

Vicente, S. R., Paula, K. M. L., L, A. M., Muniz, S. A., Mancini, C. N., Trindade, Z. A. (2016). Emotional impact and maternal coping of congenital anomaly of babies in the nic. Psicologia, Saúde & Doenças, 17(3): 454-467. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862016000300012&lng=pt

World Health Organization. (2017). Congenital anomalies. Recuperado em 27 de junho, 2017, de http://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/congenital-anomalies

Publicado
2021-04-28
Como Citar
Reis Medeiros, A. C., Leme de Carvalho Vitorino, B., Spoladori, I. C., Maroco, J. C., Menezes da Silva, V. L., & Salles, M. J. (2021). SENTIMENTO MATERNO AO RECEBER UM DIAGNÓSTICO DE MALFORMAÇÃO CONGÊNITA. Psicologia Em Estudo, 26. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v26i0.45012
Seção
Artigos originais

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus