PSICOPATOLOGIA E ABSOLUTISMOS: UNIVERSALISMO, OBJETIVISMO E FUNDACIONALISMO NA SAÚDE MENTAL

  • David Borges Florsheim Universidade de São Paulo
Palavras-chave: Psicopatologia;, absolutismo;, pluralismo.

Resumo

A área da psicopatologia –, aquela que contém o conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental – é permeada por diversas controvérsias de âmbito teórico, prático, ético e metodológico. A grande diversidade de modelos explicativos é uma das características da psicopatologia que contribuem para a criação e manutenção dessas controvérsias existentes, ao mesmo tempo em que estabelece desafios para o profissional dedicado a essa área do saber. Nesse artigo aborda-se a concepção de a existência de absolutismos tais como universalismo, objetivismo e fundacionalismo contribuir para as dificuldades de diálogo entre profissionais adeptos dos diferentes modelos explicativos existentes na psicopatologia. Tais dificuldades prejudicam tanto a pesquisa científica como o próprio tratamento de pacientes e, portanto, faz-se urgente um melhor entendimento dessas formas de absolutismo para que seja possível superá-las, sendo esse o principal objetivo desse artigo. Como alternativa aos absolutismos defende-se tanto o pluralismo em todos os âmbitos referidos anteriormente como o diálogo no sentido proposto por Hans-Georg Gadamer. Isso favorece a existência democrática da diversidade de modelos explicativos sem incorrer em dogmatismos que dificultem ou mesmo impeçam o diálogo interprofissional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Audi, R. (1999). The Cambridge dictionary of philosophy. New York: Cambridge University Press.

Bernecker, S. (2006). Reading epistemology: selected texts with interactive commentary. Malden: Blackwell Publishing.

Bernstein, R. J. (1996). Beyond objectivism and relativism: science, hermeneutics and praxis. Philadelphia: University of Pennsylvania Press.

Berrios, G. E. e Marková, I. S. The self and psychiatry: a conceptual history. In: Kircher, T e David, A. (2003). The self in neuroscience and psychiatry. Cambridge: Cambridge University Press.

Berrios, G. E. e Marková, I. S. (2002). Conceptual issues. In: D´haenen, H. A. H. den Boer, J. A. e Willner, P. (Eds). Biological psychiatry. England: John Wiley & Sons.

Bertrand Russel (1956) Mysticism and logic and other essays. London: George Allen & Unwin LTD.

Chalmers, A. F. (1993). O que é ciência afinal? São Paulo: Editora Brasiliense.

Cushman, P. (1995). Constructing the self, constructing America: a cultural history of psychotherapy. USA: Da Capo Press.

Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. São Paulo: Editora Artmed.

Descartes, R. (1969). Meditations, vol. 1 of Philosophical Works of Descartes. Cambridge: Cambridge University Press.

Downing, J. N. (2000). Between conviction and uncertainty: philosophical guidelines for the practicing psychotherapist. New York: State University of New York Press.

Freud, S. (1996). Dois verbetes de enciclopédia. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. XVIII). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1923 [1922]).

Freud, S. (1996). A história do movimento psicanalítico. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. XIV). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1914).

Fulford, K. W. W. The next hundred years: watching our Ps and Q. In: Fulford K.W. M., Davies, M., Gipps, R. T., Graham, G., Sadler, J. Z., Stanghellini, G. e Thornton, T. (2015). The Oxford handbook of philosophy and psychiatry. United Kingdom: Oxford University Press.

Gadamer, H.-G. (1999). Verdade e Método - traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. Petrópolis: Editora Vozes.

Gaukroger, S. (2012). Objectivity: a very short introduction. Oxford: Oxford University Press.

Hábl, J. (2011). Problem of epistemological foundationalism. Paideia: philosophical e-journal of Charles University, 4(8).

Houaiss, A., Villar, M. S. e Franco, F. M. M. (2001). Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva.

Kecmanović, D. (2011). Conceptual discord in psychiatry: origin, implications and failed attempts to resolve it. Psychiatria Danubina, 23(3), 210-222.

Kirschner, S. R. e Martin, J. (2010). The sociocultural turn in psychology: the contextual emergence of mind and self. New York: Columbia University Press.

Knowles, E. (2004). The Oxford dictionary of quotations. Oxford: Oxford University Press.

Krausz, M. (2010). Relativism: a contemporary antology. New York: Columbia University Press.

Polkinghorne, D. E. (2000). Psychological inquiry and the pragmatic and hermeneutic traditions. Theory and Psychology, 10(4), 453-479.

Sellars, W. (1963). Science, perception and reality. London: Routledge and Kegan Paul.

Skirry, J. (2010). Compreender Descartes. Petrópolis: Editora Vozes.

Zachar, P. (2014). A metaphysics of psychopathology. USA: MIT Press

Publicado
2020-11-09
Como Citar
Florsheim, D. B. (2020). PSICOPATOLOGIA E ABSOLUTISMOS: UNIVERSALISMO, OBJETIVISMO E FUNDACIONALISMO NA SAÚDE MENTAL. Psicologia Em Estudo, 25. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v25i0.45334
Seção
Artigos originais

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus