A RELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO ARTERIAL, ANSIEDADE E ESTRESSE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Resumo
Este estudo teve por objetivo realizar uma revisão integrativa de literaturapara verificar o que os estudos têm abordado sobre a relação entre estresse e ansiedade em pessoas hipertensas. Para tanto, o levantamento dos estudos foi realizado nas bases PsycINFO, Portal da Capes, Scielo e Medline BVS-PSI, utilizando os descritores ‘hipertensão arterial’ and ‘estresse’ and ‘ansiedade’, e seus correspondentes na língua inglesa ‘arterial hypertension’ and ‘stress’ and ‘anxiety’ e espanhola ‘hipertensión’and ‘estrés’ and ‘ansiedad’, considerando os últimos seis anos (2013 a 2018). Foram selecionados 14 estudos. Os resultados foram agrupados em três categorias: a) o impacto causado pelo diagnóstico de doenças crônicas não transmissíveis, b) fatores psicológicos associados à hipertensão arterial e c)relação saúde física versus saúde mental: uma questão também de método. Os resultados mostraram que ansiedade e estresse, além da depressão podem apresentar-se como aspectos moduladores da hipertensão arterial. Portanto, considera-se necessária a desmistificação da lógica cartesiana entre mente e corpo, para que sejam efetivadas ações de cuidado integral dos sujeitos e de promoção à saúde. Espera-se que os resultados obtidos reafirmem a importância de considerar os aspectos psicológicos e emocionais nas doenças crônicas e que estudos futuros com diferentes delineamentos sejam desenvolvidos na área da psicologia.
Downloads
Referências
Águila, F. J., García, J. D. M., Navarrete N. N., Cortés, J. L. R., Torres, C. F., & Alonso, J. J. (2014). Ansiedad, depresión y su implicación en la hipertensión arterial resistente. Hipertensión y Riesgo Vascular, 31(1), 7-13. doi: 10.1016/j.hipert.2013.08.001
Andrade, S. S. de A., Stopa, S. R., Brito, A. S., Chueri, P. S., Szwarcwald, C. L., & Malta, D. C. (2015). Prevalência de hipertensão arterial autorreferida na população brasileira: análise da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24 (2), 297-304.
Bacon, S. L. Campbell, T. S., Arsenault, A., & Lavoie, K. L. (2014). The impact of mood and anxiety disorders on incident hypertension at one year. International Journal of Hypertension, 2014, 953094, 1-7. doi: 10.1155/2014/953094
Balint, E. M., Boseva, P., Schury, K., Guendel, H., Rottbauer, W., & Waller, C. (2016). High prevalence of post-traumatic stress in patients with primary hypertension. General Hospital Psychiatry, 38, 53-58. doi: 10.1016/j.genhosppsych.2015.10.002
Brasil. (2014a). Diretrizes metodológicas: elaboração de revisão sistemática e metanálise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognóstico / Ministério da Saúde, Secretária de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Ciência e Tecnologia. – Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado em 7 de outubro de 2017, de http://rebrats.saude.gov.br/diretrizes-metodologicas?download=60:diretrizes-metodologicas-elaboracao-de-revisao-sistematica-e-metanalise-de-estudos-observacionais-comparativos-sobre-fatores-de-risco-e-prognostico-1-edicao
Brasil. (2014b). Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado em 7 de outubro de 2017, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_doenca_cronica_cab35.pdf
Brasil. (2011). Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022 / Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado em 10 de outubro de 2018, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf
Campos Júnior, R., Colombari, E., Cravo, S., Lopes, O. U. (2001). Hipertensão arterial: o que tem a dizer o sistema nervoso. Revista Brasileira de Hipertensão, 8, 41-54
Cohen, B. E., Edmondson, D., & Kronish, I. M. (2015). State of the Art Review: depression, stress, anxiety, and cardiovascular disease. American Journal of Hypertension, 28(11), 1295-302. doi: 10.1093/ajh/hpv047
Colombo, F., & Plavnik, F. L. (2009). Avaliação do Paciente Hipertenso. In.: Júnior, C.V, Timerman, A., & Stefanini, E. (Orgs.) Tratado de Cardiologia SOCESP (pp. 250-375). 2ª. Ed. Barueri, SP: Manole.
Fonseca, F. de C. A., Coelho, R. Z., Nicolato, R., Malloy-Diniz, L. F., da Silva Filho, H. C. (2009). A influência de fatores emocionais sobre a hipertensão arterial. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 58(2),128-134.
Henn, R. C., & Machado, F. V. (2016). O corpo como acontecimento semiótico: construções do self, perfomances e outras semiosis. Intexto, 37, 215-226. Recuperado em 12 de janeirode 2018, de https://seer.ufrgs.br/intexto/article/view/67397/39616
Hernández, M. G., Portela, R. G., Barbeito, T. O. T., Cabrera, J. R. C., & Castro, Y. D. (2013). Factores de riesgo de eventos coronarios agudos: importancia del factor psicosocial. Revista Ciencias Médicas, 17(3), 3-15. Recuperado em 15 de janeiro de 2018, de http://scielo.sld.cu/pdf/rpr/v17n3/rpr02313.pdf
Kitayama, M. M. G. (2010). O desafio da dor sem fim: reflexões sobre a intervenção psicológica junto a pessoas portadoras de dor crônica. In. Bruscato, W. L, Benedetti, C. Lopes, S. R. de A. A Prática da Psicologia Hospitalar na Santa Casa de São Paulo: novas páginas em uma antiga história (pp. 127-134). 2ª. Ed. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Kretchy, I. A., Owusu-Daaku, F.T., & Danquah, S. A. (2014). Mental health in hypertension: assessing symptoms of anxiety, depression and stress on anti-hypertensive medication adherence. International Journal of Mental Health Systems, 8(25), 1-10. doi: 10.1186/1752-4458-8-25
László, A., Tabák, Á., Kőrösi, B., Eörsi, D., Torzsa, P., Cseprekál, O., Tislér, A., Reusz, G., Nemcsik-Bencze, Z., Gonda, X., Rihmer, Z., … Nemcsik, J. (2016). Association of affective temperaments with blood pressure and arterial stiffness in hypertensive patients: a cross-sectional study. BMC cardiovascular disorders, 16(1), 158. doi:10.1186/s12872-016-0337-9
Li, R., Gao, X., Liu, B., Ge, H., Ning, L., Zhao, J., & Liu, J. (2016). Prospective Cohort Study to Elucidate the Correlation between Occupational Stress and Hypertension Risk in Oil Workers from Kelamayi City in the Xinjiang Uygur Autonomous Region of China. International journal of environmental research and public health, 14(1), 1-12. doi:10.3390/ijerph14010001
Lima, C. M., Muniz-Silva, C. C. S. (2017). A interferência dos fatores emocionais sobre a hipertensão arterial. Revista de Divulgação Científica Sena Aires, 6(1), 17-20.
Malachias, M. V. B., Póvoa, R. M. S., Nogueira, A. R., Souza, D., Costa, L. S., & Magalhães, M. E. (2016). 7ª Diretriz brasileira de hipertensão arterial: capítulo 3 - avaliação clínica e complementar. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 107(3, Supl. 3), 14-17. doi: 10.5935/abc.20160153
Malta, D. C., Stopa, S. R., Szwarcwald, C. L., Gomes, N. L., Silva Júnior, J. B., & Reis, A. A. C. dos. (2015). A vigilância e o monitoramento das principais doenças crônicas não transmissíveis no Brasil - Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Revista Brasileira de Epidemiologia, 18(Suppl. 2), 3-16. doi: 10.1590/1980-5497201500060002
Moxotó, G. de F. A., & Malagris, L. E. N.. (2015). Raiva, stress emocional e hipertensão: um estudo comparativo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 31(2), 221-227. doi: 10.1590/0102-37722015021189221227
Mushtaq, M., & Najam, N. (2014). Depression, anxiety, stress and demographic determinants of hypertension disease. Pakistan journal of medical sciences, 30(6), 1293-8. doi: 10.12669/pjms.306.5433
Organização Mundial da Saúde. (2018). Novas estatísticas mundiais de saúde. Recuperado de https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5676:organizacao-mundial-da-saude-divulga-novas-estatisticas-mundiais-de-saude&Itemid=843
Organização Mundial da Saúde. (1995). Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde; 10ª revisão. 2ª ed. São Paulo: EDUSP.
Palagini, L. Bruno, R. M., Cheng, P., Mauri, M., Taddei, S., Ghiadoni, L, ... , Morin, C. M. (2015). Relationship between insomnia symptoms, perceived stress and coping strategies in subjects with arterial hypertension: psychological factors may play a modulating role. Sleep Medicine, 19,108-115. doi: 10.1016/j.sleep.2015.09.026
Passos, V. M. de A., Assis, T. D., & Barreto, S. M. (2006). Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base populacionalHypertension in Brazil: estimates from population-based prevalence studies. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 15(1), 35-45. doi: 10.5123/S1679-49742006000100003
Schmieder, Roland, E., Grassi, G., & Kjeldsen, S. E. (2013). Patients with treatment-resistant hypertension report increased stress and anxiety: a worldwide study. Journal of Hypertension, 31(3), 610–615. doi: 0.1097/HJH.0b013e32835d6e53 ,
Stein, D. J., Aguilar-Gaxiola, S., Alonso, J., Bruffaerts, R., de Jonge, P., Liu, Z., … Scott, K. M. (2014). Associations between mental disorders and subsequent onset of hypertension. General hospital psychiatry, 36(2), 142-9. doi: 10.1016/j.genhosppsych.2013.11.002
Straub, R.O. (2014). Psicologia da Saúde: uma abordagem biopsicossocial. 3. ed. Editora ArtMed, São Paulo.
Tominaga, T. Matsushima, M., Nagata, T., Moriya, A., Watanabe, T., Nakano, Y., ..., Fujinuma, Y. (2015). Psychological impact of lifestyle-related disease disclosure at general checkup: a prospective cohort study. BMC Family Practice, 16(60). doi: 10.1186/s12875-015-0272-3.
Uceda, I. M., Fernández, J. S., Lópeza, R. E., & García-Vera, M. P. (2013). Perfil emocional y cognitivo de la hipertensión arterial esencial mantenida contra Normotensão. Clínica e Saúde, 24 (2), 1-15.
Vanhoof, J. M. M. Delcroix, M., Vandevelde, E., Denhaerynck, K., Wuyts, W., Belge, C., & Dobbels F. (2014). Emotional symptoms and quality of life in patients with pulmonary arterial hypertension. The Journal of Heart and Lung Transplantation, 33(8), 800-808. doi: 10.1016/j.healun.2014.04.003
Whitbourne, S. K., & Halgin, R. P. (2015). Psicopatologia: perspectivas clínicas dos transtornos psicológicos. Porto Alegre: AMGH.
Copyright (c) 2021 Psicologia em Estudo

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.