O QUE FACILITA E DIFICULTA A APRENDIZAGEM? A PERSPETIVA DE ADOLESCENTES
Resumo
Este estudo qualitativo teve como objetivo analisar as perceções de alunos adolescentes acerca dos aspetos que facilitam e dificultam a sua aprendizagem. O conhecimento das perceções dos alunos sobre a sua aprendizagem permite melhorar a qualidade dos processos de ensino-aprendizagem. A partir de um guião semiestruturado, foram realizados cinco grupos focais, em cinco escolas privadas do Norte de Portugal, tendo participado 32 alunos selecionados aleatoriamente. Os participantes eram alunos do 3º ciclo do Ensino Básico (7º, 8º e 9º anos), com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos. A análise dos dados seguiu um processo semi-indutivo de codificação descritiva. Os resultados realçam o papel fundamental do professor na aprendizagem; a importância da ação vs passividade dos alunos na sala de aula; a relevância da dimensão emocional e relacional para o envolvimento do aluno; e a relevância das estratégias de autorregulação da aprendizagem. Como implicações sugere-se a concretização de ações junto de professores e alunos assente nos dados recolhidos e analisados, que sejam promotoras da metacognição de ambos.
Downloads
Referências
Allen, J., McGregor, G., Pendergast, D., & Ronksley-Pavia, M. (2019). Young adolescent engagement in learning: Supporting students through structure and community. Cham, Suiça: Palgrave McMillan. doi: https://doi.org/10.1007/978-3-030-05837-1
Alves, J., Palmeirão, C., Trigo, L., & Cabral, I. (2014). A aprendizagem em territórios educativos de intervenção prioritária: A visão dos alunos. Revista Portuguesa de Investigação Educacional, 14, 173-208.
Araújo, A., & Almeida, A. (2014). Variáveis pessoais no sucesso escolar dos alunos: Integração e contextualização. In L. Almeida & A. Araújo (Eds.), Aprendizagem e sucesso escolar: Variáveis pessoais dos alunos (pp. 249-271). Braga: Associação para o Desenvolvimento da Investigação em Psicologia da Educação.
Astin, A. W. (1999). Student involvement: A developmental theory for higher education. Journal of College Student Development, 40(5), 518-529.
Bakadorova, O., Lazarides, R., & Raufelder, D. (2019). Effects of social and individual school self-concepts on school engagement during adolescence. European Journal of Psychology of Education. doi: https://doi.org/10.1007/s10212-019-00423-x
Beek, J., Jong, F., Wubbles, T., & Minnaert, A. (2014). Measuring teacher regulating activities concerning students learning in secondary education classrooms: Reliability and validity of student perceptions. Studies in Educational Evaluation, 43, 206-213.
Cipriano, C., Barnes, T. N., Pieloch, K. A., Rivers, S. E., & Brackett, M. (2019). A multilevel approach to understanding student and teacher perceptions of classroom support during early adolescence. Learning Environments Research, 22, 209-228. doi: https://doi.org/10.1007/s10984-018-9274-0
Dias, T. S. (2016). Como pensam “elas” a organização das sociedades e o exercício da cidadania? Do desenvolvimento do pensamento político à vivência da cidadania participada em contexto escolar no pré-escolar e ensino básico. Porto, Ediserv.
Durlak, J. A., Weissberg, R., Dymnicki, A., Taylor, R., & Schellinger, K. (2011). The impact of enhancing students´ social and emotional learning: A meta-analysis of school-based universal interventions. Child Development, 82(1), 405-432. doi:10.1111/j.1467-8624.2010.01564.x
Faria, L. (2014). Conceções pessoais de competência: Contributos para a promoção da aprendizagem e do desempenho escolar. In L. Almeida & A. Araújo (Eds.), Aprendizagem e sucesso escolar: Variáveis pessoais dos alunos (pp. 9-46). Braga: Associação para o Desenvolvimento da Investigação em Psicologia da Educação.
Ferguson, R. (2012). Can student surveys measure teaching quality?. Kappan, 94(3), 24-28.
Finch, H., & Lewis, J. (2003). Focus group. In J. Ritchie & J. Lewis (Eds.), Qualitative research practice: A guide for social science students and researchers (pp. 170-198). London, England: Sage Publications.
Finn, J., & Zimmer, K. (2013). Student engagement: What is it? Why does it matter?. In S. Christenson, A. Reschly, & C. Wylie (Eds.) Handbook of Research on Student Engagement (pp. 97-131). New York, USA: Springer Science.
Fredricks, J., Blumenfeld, P., & Paris, A. (2004). School engagement: Potential of the concept, state of the evidence. Review of Educational Research, 74(1), 59-109.
Hattie, J. (2009). Visible learning: A synthesis of over 800 meta-analysis relating to achievement. New York, USA: Routledge.
Lopes, J., & Silva, H. (2010). A aprendizagem cooperativa na sala de aula: Um guia prático para o professor. Lisboa: Lidel.
Lumpkin, A., Achen, R., & Dodd, R. (2015) Focusing teaching on students: Examining student perceptions of learning strategies, Quest, 67(4), 352-366. doi: 10.1080/00336297.2015.1082143
Mahatmya, D., Lohman, B., Matjasko, J., & Farb, A. (2013). Engagement across development periods. In S. Christenson, A. Reschly & C. Wylie (Eds.), Handbook of Research on Student Engagement (pp. 45-63). New York, USA: Springer Science.
Malafaia, C., Menezes, I., & Neves, T. (2018). Living, doing, and learning from politics in a youth wing of a political party. The Qualitative Report, 23(1), 49-79.
Martinez, M. J. B., Currás, M. P., Valcárcel, N. M., & Garcia, R. M. (2015). Dimensions of motivation to learn from the perspetive of students: 20 years of research. Psicologia em Estudo, 20(4), 599-610. doi:10.4025/psicolestud.v20i4.28227
Marton, F., & Säljö, R. (1976). On qualitative differences in learning: Outcome and process. British Journal of Educational Psychology, 46, 4-11.
McHatton, P., Farmer, J., Bessett, H., Shaunessy-Dedrick, E., & Ray. S. (2014). Investigating middle school students’ perceptions of their learning through drawings. Middle Grades Reasearch Journal, 9(2), 37-55.
McHugh, R., Horner, C., Coldtiz, J., & Wallace, T. (2013). Brigdes and barriers: Adolescents perceptions of student-teacher relationships. Urban Education Journal, 48, 9-43.
Rosário, P., Almeida, L., Núñez, J., & González-Pienda, J. (2004). Abordagem dos alunos à aprendizagem: Análise do construto. Psico-USF, 9(2), 117-127.
Rosário, P., Núñez, J., González-Pienda, J., Valle, A., Trigo, L., & Guimarães, C. (2010). Enhancing self-regulation and approaches in first-year college students: A narrative-based program assessed in the Iberian Peninsula. European Journal of Psychology of Education, 25, 411-428.
Roth, J. L. & Brooks-Gunn, J. (2014). Academic success during adolescence. In T. P. Gullotta & M. Bloom (Eds.), Encyclopedia of primary prevention and health promotion (2nd ed., pp. 985-993). New York, USA: Springer Science + Business Media. doi:10.1007/978-1-4614-5999-6
Saldaña, J. (2009). The coding manual for qualitative researchers. London, England: Sage Publications.
Sarmento, M., Fernandes, N., & Tomás, C. (2007). Políticas públicas e participação infantil. Educação, Sociedade & Culturas, 25, 183-206.
Song, D., Oh, E. Y., & Glazewski, K. (2017). Student-generated questioning activity in second language courses using a customized personal response system: A case study. Education Technology Research and Development, 65, 1425-1449.
Stefl-Mabry, J., Radlick, M., & Doane, W. (2010). Can you hear me now? Student voice: High school & middle school student’ perceptions of teachers, ICT and learning. International Journal of Education and Development using Information and Communication Technology, 6(4), 64-82.
Steinberg, L. (2005). Cognitive and affective development in adolescence. Trends in Cognitive Sciences, 9(2), 69-74. doi: https://doi.org/10.1016/j.tics.2004.12.005.
Trindade, R. (2011). Experiências educativas e situações de aprendizagem: Novas práticas pedagógicas. São Paulo, Brasil: Leya.
Widjojo, K. J. (2018). Eveline Crone: The adolescent brain: Changes in learning, decision making and social relations in the unique developmental period of adolescence Abingdon, Oxon: Routledge. 2017, 156pp, ISBN-13: 978-1138855960. Journal of Youth and Adolescence, 47(8), 1789- 1793. doi:https://doi.org/10.1007/s10964-018-0890-x
Williams, A. & Katz, L. (2001). The use of focus group methodology in education: Some theoretical and practical considerations. International Electronic Journal for Leadership in Learning, 5(3). Disponível em http://iejll.journalhosting.ucalgary.ca/iejll/index.php/ijll/article/view/496
Winlow, H., Simm, D., Marvell, A., & Schaaf, R. (2013). Using focus group research to support teaching and learning. Journal of Geography in Higher Education, 37(2), 292-303. doi: 10.1080/03098265.2012.696595
Zimmerman, B. (2002). Becoming a self-regulated learner: An overview. Theory Into Practice, 41(2), 64-70. doi: 10.1207/s15430421tip4102_2
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.