O UM E A FUNÇÃO DO SEXO SEGUNDO A PSICANÁLISE

  • Luiz Fellipe Almeida Universidade de São Paulo
  • Ivan Ramos Estêvão Universidade de São Paulo
Palavras-chave: Sexualidade;, psicanálise;, significante.

Resumo

Segundo a ambiguidade constitutiva do Um que Lacan promove a partir da lógica e da matemática nos seminários O saber do psicanalista e ... ou pior, entre 1971 e 1972, o artigo busca fundamentar a teoria da sexuação desenvolvida nesse período e esclarecer que tal conceituação retoma a subversão freudiana do polimorfismo pulsional. Se a pulsão não tem qualquer determinação instintual quanto a seu objeto, constata-se que esse mesmo equívoco se deslinda como impossibilidade de proporção e relação sexual [rapport sexuel] para o ser falante, que se posiciona gramaticalmente na estrutura da linguagem a partir desse impasse. Nesse sentido, a bifididade do Um, entre conjunto e elemento, mesmidade e diferença, particularidade e universalidade, ex-sistência e relatividade, real e simbólico, reescreve a diferença (sexual) conforme a psicanálise. O sexo, portanto, é a própria ausência de qualquer referência que não seja a opacidade de princípio do significante, é a evasão fundamental do ser à verdade.

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Biografia do Autor

Luiz Fellipe Almeida, Universidade de São Paulo

Psicanalista. Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Bolsista do CNPq.

Ivan Ramos Estêvão, Universidade de São Paulo

Psicanalista, membro do Fórum do Campo Lacaniano (FCL) de São Paulo. Professor Doutor na EACH-USP. Co-coordenador do Laboratório Psicanálise, Sociedade e Política do Departamento de Psicologia Clínica do IP-USP.

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Publicado
2023-06-22
Como Citar
de Almeida Santos, L. F., & Ramos Estêvão, I. (2023). O UM E A FUNÇÃO DO SEXO SEGUNDO A PSICANÁLISE . Psicologia Em Estudo, 28. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v28i0.53702
Seção
Artigos originais

 

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