DA TRANSVERSALIDADE À TRANSDISCIPLINARIDADE: CUIDADO E TRABALHO EM SAÚDE

Palavras-chave: Transversalidade;, transdisciplinaridade;, trabalho em saúde.

Resumo

O presente artigo visa discutir o sentido da noção de transversalidade e sua importância para formulação de uma atuação ética e politicamente composta entre a psicologia e a saúde coletiva. No primeiro momento, problematizamos a produção de saúde entre indivíduo e sociedade, clínica e política com o conceito de transversalidade servindo de guia para a fundamentação do plano do cuidado e para o plano do trabalho em saúde. Tal entendimento parte da indissociabilidade entre conhecimento e experiência propiciando aumento da comunicação entre os diferentes atores das práticas sociais de assistência e cuidado em contraposição aos microfascismos que ruminam nas frestas do cotidiano das instituições de saúde. Em seguida, atrelamos a produção de subjetividades à produção de saúde inerente ao cuidado para retomar aspectos da lateralização, da análise e gestão dos conflitos e da inclusão do coletivo para a composição da heterogeneidade na Política Nacional de Humanização do SUS como política transversal fundamentada na tradução da saúde como valor de uso. Com isso, trazemos como direcionamento para as práticas e serviços de cuidado a cidadania e a invenção de modos de vida a fim de caracterizar a potência de uma abordagem transdisciplinar para o campo do trabalho em saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Adorno, T. (1997, agosto). Carta de Adorno a Marcuse. Frankfurt am Main, 5 de maio de 1969. Jornal Folha de São Paulo. Caderno Mais!. Recuperado em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs240818.htm

Bachelard, G. (2005). A formação do espírito científico. Contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto.

Barros, R. B. (2004). Institucionalismo e dispositivo grupal. In: Rodrigues, H. B. C. & Altoé, S. (Org.). Saúde e Loucura 8 Análise Institucional. v. 8 (p. 65-78). São Paulo: Hucitec.

Barros, R. B. & Passos, E. (2000) A construção do plano da clínica e o conceito de transdisciplinaridade. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 16, n.1, p. 71-79. Recuperado de https://doi.org/10.1590/S0102-37722000000100010.

Barros, R. B. & Passos, E. (2005). A humanização como dimensão pública das políticas de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v.10, n.3. https://doi.org/10.1590/S1413-81232005000300014.

Brasil. Ministério da Saúde. (2008). Política Nacional de Humanização – HUMANIZASUS. Documento de base para gestores e trabalhadores do SUS. Brasília.

Ceccon, R. F. & Meneghel, S. N. (2019). Fascismo de gênero: controle, opressão e exclusão de mulheres. Revista Psicologia Política, 19(46), 449-458. Recuperado em 22 de abril de 2020, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2019000300006&lng=pt&tlng=pt.

Coimbra, C. M. B. & Abreu, A. M. (2018). 1968 na França - 2013 no Brasil: Acontecimentos-Resistências. Rev. Direito Práx., Rio de Janeiro , v. 9, n. 2, p. 1100-1121, june. DOI:10.1590/2179-8966/2018/34074

Davis, A. (2016). Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo.

Deleuze, G. (2018). Cartas e outros textos (2018). São Paulo: n-1.

Dosse, F. (2010). Gilles Deleuze & Félix Guattari: Biografia cruzada. Porto Alegre: Artes Médicas.

Foucault, M. O anti-Édipo: uma introdução à vida não fascista. In: Pelbart, P. P. & Rolnik, S. (orgs.) Cadernos de subjetividade (número especial sobre Gilles Deleuze). SãoPaulo: Núcleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade, Programa de Estudos de Pós-Graduados da PUC/SP.

Freud, S. (1921/2011). Psicologia das massas e análise do ego. In: Freud, S. Obras completas. vol. 15, (pp. 13-113). São Paulo: Companhia das Letras.

Guattari, F. (1981). Devir criança, malandro, bicha. In: Guattari, F. Revoluções Moleculares: pulsões políticas do desejo. Editora Brasilense: São Paulo.

Guattari, F. (2004). A Transversalidade. In: Guattari, F. Psicanálise e transversalidade: ensaios de análise institucional. Aparecida: Ideias e Letras.

Hur, D. U. & Viana, D. A. (2016). Práticas grupais na Esquizoanálise: cartografia, oficina e esquizodrama. Arquivos Brasileiros de Psicologia (Online) , v. 68, p. 111-125. Recuperado em 22 de abril de 2020, em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672016000100010.

Lancetti, A. (2000). Síntese metodológica. In: Jatene, A.D., Lancetti, A & Matto, S.A.F. Saúde loucura: saúde mental e saúde família. São Paulo: Hucitec.

Lopes, E. S. & Romagnoli, R. C. (2018). Transversalidade e Esquizoanálise. Psicologia em Revista, v. 24, p. 915-929. DOI: https://doi.org/10.5752/P.1678-9563.2018v24n3p915-929.

Merhy, E. E. & Franco, T. B. (2003). Por uma composição do trabalho em saúde centrada no campo relacional e nas tecnologias leves. Apontando mudanças para os modelos tecnoassistenciais. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 27, n. 64, p. 316-323, set./dez. Recuperado em 22 de abril de 2020, de: https://www.pucsp.br/prosaude/downloads/territorio/composicao_tecnica_do_trabalho_emerson_merhy_tulio_franco.pdf.

Nicolescu, Basarab. (1999). O Manifesto da Transdisciplinaridade. Tradução Lúcia Pereira de Souza. São Paulo: TRIOM.

Passos, E. (2013) A construção da clínica comum e as áreas profissionais. In: Capazzolo A. A., Casetto, S. J. & Henz, A.O. (orgs.). Clínica comum: itinerários de uma formação em saúde. São Paulo: Hucitec.

Passos, E. & Carvalho, Y. M. (2015). A formação para o SUS abrindo caminhos para a produção do comum. Saúde e Sociedade (Online), v. 24, p. 92-101. DOI 10.1590/S0104-12902015S01008.

Passos, E. & Mizoguchi, D. (2019). Antifascismo Tropical. Série Pandemia. São Paulo: n-1 Edições.

Pichón-Rivière, E. (2000). O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes.

Prado, G. A. S. (2017). A outra forma da loucura: reflexões sobre o enlouquecer como experiência trágica (Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia). Universidade Federal Fluminense, Niterói.

Prado, G. A. S., Lima, C. F. & Xavier, M. P. (2019). A clínica política: experimentação e produção de vida. MNEMOSINE (RIO DE JANEIRO), v. 15, p. 34-52.

Ribeiro, Djamila. (2017). O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento.

Romagnoli, R. C. (2019). Sobre a (im)possibilidade de dar voz aos usuários das políticas públicas: reflexões a partir da prática intersetorial. Educação em Perspectiva (ONLINE) , v. 10. Recuperado em 22 de abril de 2020, de: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/mnemosine/article/view/48314/32242.

Uno, K. (2016). Guattari confrontações: conversas com Kuniichi Uno e Laymert Garcia dos Santos. São Paulo: n-1.
Publicado
2024-07-11
Como Citar
Souza Prado, G. A., & de Sousa Rodrigues Moura, M. A. (2024). DA TRANSVERSALIDADE À TRANSDISCIPLINARIDADE: CUIDADO E TRABALHO EM SAÚDE . Psicologia Em Estudo, 29(1). https://doi.org/10.4025/psicolestud.v29i1.55913
Seção
Artigos originais

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus

 

 

0.3
2019CiteScore
 
 
7th percentile
Powered by  Scopus