INFÂNCIAS, GÊNEROS E SEXUALIDADES: IMPLICAÇÕES ÉTICO-POLÍTICAS DAS PARENTALIDADES
Resumo
Em diálogo com cenas do contexto brasileiro de políticas sexuais e de gênero e tomando como suporte os estudos feministas e queer, o artigo tem como objetivo problematizar a dimensão hierárquica e das relações de poder parentais na determinação das expressões de gênero de crianças e discutir as contribuições dos estudos feministas e queer para o debate sobre os direitos de crianças e jovens a seus corpos e desejos. Para isso, situa a infância como um dispositivo da biopolítica que se entrelaça com os dispositivos de gêneros e sexualidades nos modelos delineados pelas narrativas psicológicas e educacionais. Em seguida, discute a presença do familismo nas políticas públicas para famílias no Brasil em que discursos antigênero buscam a afirmação de um modelo hegemônico de família, como o lugar que salvaguarda a heteronormatividade e a cisgeneridade. Encerra delineando o campo de tensões sobre as relações entre adultos e crianças, que emergem das seções anteriores, buscando argumentos para posicionamentos epistêmicos e ético-políticos das parentalidades.
Downloads
Referências
Amazonas, M. C. L. de A., & Braga, M. da G. R. (2006). Reflexões acerca das novas formas de parentalidade e suas possíveis vicissitudes culturais e subjetivas. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 9(2), 177-191. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.1590/S1516-14982006000200002
Araldi, M. O., & Serralta, F. B. (2016). Parentalidade em casais homossexuais: uma revisão sistemática. Psicologia em Pesquisa, 10(2), 31-39. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.24879/201600100020057
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia / ANPEPP. (2021). Recuperado de: https://www.anpepp.org.br/informativo/view?TIPO=1&ID_INFORMATIVO=761
Benjamin, W. (1985). Obras Escolhidas: magia e técnica, arte e política. (2. Ed). São Paulo, SP: Brasiliense.
Burman, E. (2021). Developments: Child, Image, Nation. London/New York: Routledge.
Butler, J. (2015). Cuerpos que importan: sobre los límites materiales y discursivos del “sexo”. (2. Ed). Buenos Aires, AR: Paidós.
Butler, J. (2016). Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? (2. Ed). Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.
Butler, J. (2019). Vida precária: os poderes do luto e da violência. Belo Horizonte, MG: Autêntica Editora.
Carvalho, C. de S., Silva, E. R. da., Jobim e Souza, S., & Salgado, R. G. (2012). Direitos sexuais de crianças e adolescentes: avanços e entraves. Psicologia Clinica, 24(1), 69-88. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0103-56652012000100006.
Castañeda, C. (2012). Figurations: child, bodies, worlds. London, ENG: Duke University Press.
Castro, L. R. de. (2013). O futuro da infância e outros escritos. Rio de Janeiro, RJ: 7 Letras/FAPERJ.
Cornejo, G. (2011). La guerra declarada contra el niño afeminado: Una autoetnografía “queer”, Íconos. Revista de Ciencias Sociales, 1(39), 79-95. Recuperado de: https://doi.org/10.17141/iconos.39.2011.747
Foucault, M. (2006). História da sexualidade I: a vontade de saber.(17. Ed). Rio de Janeiro, RJ: Edições Graal.
Guerrero Mc Manus, S., & Muñoz, L. (2018). Epistemologías transfeministas e identidad de género en la infancia: del esencialismo al sujeto del saber. Revista Interdisciplinaria de Estudios de Género de El Colegio de México, 4, 14 de mayo de 2018, e168, Recuperado de: http://dx.doi.org/10.24201/eg.v4i0.168
Haraway, D. (1995). Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, 1(5), 07-41. Recuperado de: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1773.
Haraway, D. (2016). Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista. In: T. Tadeu (Org.), Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. (2. Ed. pp. 33-118). Belo Horizonte, MG: Autêntica Editora.
Lauretis, T. de. (1994). Tecnologias de gênero. In: H. B. Hollanda. (Org,), Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. (p. 206-242). Rio de Janeiro, RJ: Rocco.
Leite, V. (2019). Em defesa das crianças e da família: Refletindo sobre discursos acionados por atores religiosos “conservadores” em controvérsias públicas envolvendo gênero e sexualidade. Sexualidad, Salud y Sociedad (32), 119-142. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/1984-6487.sess.2019.32.07.a
Lev, A. I. (2010). How queer! – The development of gender identity and sexual orientation in LGBTQ-headed families. Family process, 49(3), 268-90. Recuperado de: https://www.researchgate.net/publication/46218261_How_Queer-The_Development_of_Gender_Identity_and_Sexual_Orientation_in_LGBTQ-Headed_Families
Marchi, R. de C. (2011). Gênero, infância e relações de poder: interrogações epistemológicas. Cadernos Pagu, (37), 387-406. Recuperado de: https://dx.doi.org/10.1590/S0104-83332011000200016
Mattos, A. R., & Cavalheiro, R. (2020). Da proteção à instrução: mobilizações prático-discursivas em torno da infância nos debates sobre gênero e sexualidade na educação. Childhood & philosophy, (16), 01 – 20. Recuperado de: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/childhood/article/view/48344/34765
Moraes, P. M., Nunes, R., Horst, C. H. M., & Mioto, R. C. T. (2020). Familismo e política social: aproximações com as bases da formação sócio-histórica brasileira. Revista de Políticas Públicas, 24(2), 802-818. Recuperado de: http://dx.doi.org/10.18764/2178-2865.v24n2p802-818
Osborne, R. (2002). La construccion sexual de la realidad: Un debate en Ia sociologia contemporanea de la mujer. Madrid, ESP: Ediciones Cátedra.
Prado, M. A. M., & Correa, S. (2018). Retratos transnacionais e nacionais das cruzadas antigênero. Rev. psicol. polít.18(43), 444-448. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2018000300003&lng=pt&nrm=iso
Preciado, P. B. (2019). Um apartamento em Urano: crônicas da travessia. Rio de Janeiro, RJ: Zahar.
Rubin, G. (2017). Pensando o sexo: notas para uma teoria radical da política da sexualidade. In: Políticas do sexo. (p.62-128). Trabalho original publicado em 1984.
Salgado, R. G., & Souza, L. L de. (2018). Gender, sexuality and childhood: children scenes against innocence. Childhood And Philosophy. 14(29), 241-258. Recuperado de: http://dx.doi.org/10.12957/childphilo.2018.30540
Schérer, R. (2009). Infantis. Charles Fourier e a infância para além das crianças. Belo Horizonte, MG: Autêntica Editora.
Copyright (c) 2022 Psicologia em Estudo

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
As opiniões emitidas, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Ao submeterem o manuscrito ao Conselho Editorial de Psicologia em Estudo, o(s) autor(es) assume(m) a responsabilidade de não ter previamente publicado ou submetido o mesmo manuscrito por outro periódico. Em caso de autoria múltipla, o manuscrito deve vir acompanhado de autorização assinada por todos os autores. Artigos aceitos para publicação passam a ser propriedade da revista, podendo ser remixados e reaproveitados conforme prevê a licença Creative Commons CC-BY.
The opinions expressed are the sole responsibility of the author (s). When submitting the manuscript to the Editorial Board of Study Psychology, the author (s) assumes responsibility for not having previously published or submitted the same manuscript by another journal. In case of multiple authorship, the manuscript must be accompanied by an authorization signed by all authors. Articles accepted for publication become the property of the journal, and can be remixed and reused as provided for in theby a license Creative Commons CC-BY.