Saúde mental e atividade física durante o surto de covid-19: análise da pesquisa de resposta imediata usando revisão sistemática

Resumo

A rápida resposta à pandemia da COVID-19 mudou a vida das pessoas de forma abrupta, com a diminuição da atividade física (AF). Essa situação levou a uma série de estudos que exploraram o impacto das restrições na saúde mental (MH) e os possíveis benefícios da AF. Nosso objetivo foi avaliar como a resposta rápida da pesquisa gerou evidências adequadas para orientar a resposta às restrições da COVID-19, a fim de informar respostas geradoras de evidências em futuras emergências de saúde. Para isso, foi realizada uma revisão sistemática, abrangendo 17 artigos publicados durante os primeiros seis meses da pandemia (março a agosto de 2020), com foco predominante na saúde mental e sua associação com a AF. Foi observada na literatura uma associação positiva entre AF e saúde mental, particularmente em relação à depressão, estresse e bem-estar. No entanto, a variação nos resultados e a influência de fatores contextuais ressaltaram a necessidade de consenso metodológico em pesquisas de emergência. Um atraso notável na publicação de pesquisas de determinadas regiões gerou preocupações sobre a representação equitativa. Esse atraso poderia introduzir um viés, devido a uma proporção substancial de pesquisas disponíveis provenientes de países desenvolvidos. É importante ressaltar que as pesquisas publicadas durante os primeiros seis meses enfatizaram predominantemente a morbidade na avaliação da saúde mental, embora as evidências defendam uma abordagem mais holística. Como o mundo continua a enfrentar crises imprevistas, essas descobertas sugerem que a pesquisa de emergência deve levar em conta a diversidade do contexto e promover uma compreensão mais abrangente da saúde mental além dos sintomas psicopatológicos. Essa abordagem é essencial para maximizar o impacto dos recursos de pesquisa na resposta a emergências e garantir uma representação científica equitativa.